05 de dezembro de 2025
Reduzindo a fila • atualizado em 29/03/2025 às 11:49

HGG finaliza mutirão de cirurgias de endometriose com 17 procedimentos executados

O serviço de ginecologia da unidade é pioneiro nesse tipo de procedimento cirúrgico pelo SUS
Desde 2018, a Ginecologia do HGG realiza o procedimento, se tornando referência no atendimento aos usuários. Foto: Divulgação/SES-GO
Desde 2018, a Ginecologia do HGG realiza o procedimento, se tornando referência no atendimento aos usuários. Foto: Divulgação/SES-GO

Neste sábado (29), o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) encerra o mês de março com a realização de 17 cirurgias para tratamento de endometriose. Ao longo do Mês da Mulher, o hospital, cujo Serviço de Ginecologia é pioneiro e especializado em procedimentos cirúrgicos contra a endometriose pelo Sistema Único de Saúde (SUS), promoveu uma série de atendimentos sobre a doença, e realizou ação para reduzir a fila de espera pelo tratamento.

Desde 2018, a Ginecologia do HGG realiza o procedimento, se tornando referência no atendimento aos usuários. As cirurgias de alto custo são realizadas com recursos financeiros disponibilizados pelo Estado.

A programação especial durante o Mês da Mulher contou com apoio de médicos da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO). Dentre as 17 cirurgias realizadas, dez foram para o tratamento de endometriose em pacientes com faixa etária entre 35 e 41 anos, idade de maior prevalência da doença, e outras sete de remoção de lesões pré-malignas causadas pelo vírus do HPV, principal responsável pelo câncer do colo do útero.

Procedimento que traz qualidade de vida às pacientes

No HGG, as cirurgias para tratamento da endometriose são realizadas por meio da videolaparoscopia, técnica que utiliza câmeras introduzidas através do abdômen do paciente. O método cirúrgico, considerado um dos mais modernos do mundo, consiste em pequenas incisões em vez de grandes cortes, o que resulta em menor trauma para o paciente, propiciando uma recuperação mais rápida, reduzindo o tempo de internação hospitalar e permitindo que o paciente retorne às suas atividades normais mais rapidamente.

Beatriz Cristina Honório passou pelo procedimento para tratamento da endometriose no HGG. Foto: Divulgação/SES-GO

A confeiteira Beatriz Cristina Honório, 39 anos, é uma das pacientes que passou pelo procedimento no HGG. Ela relata que, desde a adolescência sofria com fortes dores abdominais durante o ciclo menstrual, mas que foi aos 36 anos que o quadro se agravou, com sangramentos contínuos.

“Teve períodos que eu passava o mês inteiro com sangramento e dores incapacitantes, que me ocasionou até anemia. Às vezes, eu não sabia distinguir se era menstruação ou não. Foram dois anos fazendo exames, sem obter um diagnóstico correto, até que me encaminharam para o HGG, onde fiz exames de ultrassom e ressonância. Foi quando constataram a doença, que já tinha comprometido meu ovário esquerdo. Agora, só desejo ter uma vida normal, sem dores”, desabafou.

Ocorrência no Brasil e principais sintomas

Conforme dados do Ministério da Saúde (MS), os atendimentos na atenção primária do SUS relacionados ao diagnóstico da endometriose cresceram 76%. Em 2022, foram realizados 82.693 atendimentos; em 2023, 115.765 atendimentos e em 2024, 145.744 atendimentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 180 milhões de mulheres enfrentam o problema no mundo, destas, sete milhões são brasileiras.

A endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio, tecido que reveste o útero, que, ao invés de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.

A doença é muito frequente no período reprodutivo, desde a adolescência até a transição para a menopausa e um dos sintomas que a mulher pode apresentar é a cólica intensa durante a menstruação. Na endometriose, essa cólica menstrual é constante e progressiva, ela vai aumentando de intensidade e geralmente começa mais tardiamente.

Outros sintomas que também podem ser sinais de alerta para a doença são: dor durante as relações sexuais; dor e sangramento intestinal e urinário durante a menstruação; dificuldade para engravidar. A infertilidade também está presente em muitos casos de mulheres com endometriose. Além disso, a doença não tem cura. O tratamento é realizado com medicações para redução da dor.


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