22 de dezembro de 2024
Política

Heuler não vê problema em apoiar Marconi e Dilma na disputa em 2014

O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), representa a região de Rio Verde e não esconde que o grupo dele quer indicar um nome na administração estadual. Heuler ainda não acredita que a terceira via se fortaleça . O deputado ainda acredita que o PSD vai fazer 5 deputados estaduais. Acompanhe a entrevista concedida aos jornalista da Tribuna do Planalto.

“Queremos um cargo que possa ajudar o sudoeste”
Deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) diz que ainda pleiteia espaço político no governo estadual para a sua região
Daniel Gondim, Eduardo Sartorato, Filemon Pereira e Murillo Soares


O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) ainda não desistiu de indicar um secretário em uma pasta de destaque do governo estadual. Demanda antiga dele e do prefeito de Rio Verde, Juraci Martins (PSD), o parlamentar acredita que a cidade será beneficiada na próxima reforma administrativa do governador Marconi Perillo (PSDB). Em relação às obras, Heuler Cruvinel se mostra bastante satisfeito com os projetos do governo estadual para Rio Verde e região. Assim como grande parte da base aliada, o deputado vê Perillo como o melhor nome do agrupamento para encabeçar a chapa no ano que vem. Para o Senado, Heuler agora faz coro a outras lideranças do partido ao dizer que, em um primeiro momento, o nome do PSD para o cargo é o do secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha. Heuler Cruvinel visitou a Tribuna na segunda, 10, onde concedeu entrevista.
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Tribuna do Planalto – Como o senhor tem acompanhado e visto as articulações polícas de 2013, rumo a 2014?
Heuler Cruvinel – O governador tem se fortalecido e melhorado a imagem e as ações do seu governo, com relação aos resultados administrativos. Para mim, é com isso que a população está preocupada. Marconi Perillo tem se fortalecido, dia após dia, com obras em todas as regiões do Estado, feitas nessa atual administração. Já foram reconstruídos mais de 1.500 quilômetros de rodovias. Na saúde, o atendimento tem melhorado significativamente em todas as regiões do Estado. Na educação, são quase mil escolas já reformadas, melhorou o índice do Ideb, está pagando o piso nacional dos professores. O governador tem se colocado numa posição de destaque para a disputa eleitoral em 2014.

Essa ‘terceira via’ é viável ou o sr. acredita que o DEM e o deputado Ronaldo Caiado vão caminhar com a base aliada?
É muito difícil o espaço para a terceira via em Goiás, devido à capilaridade partidária, ou da base aliada do governador ou do PMDB, que estão consolidados em todos os 246 municípios do Estado. A terceira via não tem essa força política para empurrar uma candidatura ao executivo estadual.

Por causa disso, o sr. acha que o DEM pode acabar na base aliada?
Acredito. Isso ainda pode acontecer em 2014. O próprio deputado federal Ronaldo Caiado e também o deputado estadual Hélio de Sousa, que sempre esteve junto com o governador Marconi Perillo, foi líder do governo na Assembleia, e o deputado estadual José Vitti. Todos podem estar juntos na atual composição da base aliada do governador em 2014, que foi o que aconteceu em 2010. O DEM tentou abrir espaço para uma candidatura na terceira via, mas isso não aconteceu, devido a essa fragilidade que o partido provou em 2006, com a candidatura de Demóstenes Torres a governador.

O sr. avalia que o cenário atual é promissor para o governador Marconi Perillo?
Hoje, todo o estado de Goiás é um canteiro de obras. Por todos os municípios que você passa, há reconstrução de rodovias, ou construção de novas, também dentro da cidade, com convênios junto à prefeitura, fazendo recapeamento e novos asfaltos.

Então, na avaliação do sr., a questão das obras é suficiente para apagar o desgaste administrativo dos dois anos anteriores?
Acredito que sim, porque o que é bom não tem necessidade de mudar. Se estivesse ruim, era necessária uma mudança. O governador pegou o Estado com a folha de pagamento atrasada, déficit fiscal e encontrou dificuldade em outros pontos no início da sua administração, mas ele buscou alternativas. Ele conseguiu colocar obras em execução e estamos acompanhando em todo o Estado. No meu ponto de vista, ele saiu bem naquela CPI do Cachoeira e não se provou nada a respeito do governador no esquema.

Mas independente do resultado da CPI, houve um desgaste da imagem do governador.
Sim, porque o governador ficou quatro meses em exibição nacional. Se quisesse encontrar Marconi, era só ligar a televisão no horário de qualquer telejornal que ele estaria lá, sendo indiciado e tido como culpado. Mas na verdade não foi isso que ficou provado. A população acha que ele tem envolvimento, mas com o resultado de sua administração, acredito que ele irá melhorar sua imagem e estará bem no momento vital à sua candidatura.

O PSD já tem uma posição definitiva? O nome que está à disposição do partido é o do deputado Vilmar Rocha, para o Senado?
No primeiro momento, o PSD indica o hoje chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha, para o Senado. Tudo indica que o PSD, que faz parte do governo estadual e tem trabalhado com o governador, vai participar dessa chapa majoritária, pela força e consistência do partido.

A insatisfação do deputado Armando Vergílio (PSD) já é algo apaziguado?
Ele teve uma divergência dentro do governo estadual e preferiu colocar os cargos que ocupava à disposição do governador. Ele nunca falou na imprensa, nem para nós do partido, que ele estava disposto a sair do partido. Hoje (segunda, 10), inclusive, ele teve uma conversa com o presidente estadual do partido, deputado Vilmar Rocha, e em momento nenhum falou em deixar o PSD.

O que ele teria dito também é que estava muito cedo para o PSD mostrar que é aliado e deveria apresentar um nome ao governo.
Ele realmente disse isso, mas nós acreditamos que essa é uma posição pessoal dele. Dentro do partido, acreditamos que hoje o PSD ainda não condições para isso, devido até a ele ser um partido muito novo no estado de Goiás e que nasceu junto com a base aliada do governador.

Nacionalmente, o PSD pode ficar com a presidente Dilma e em Goiás ficará com o governador Marconi. Isso não é um pouco contraditório?
Não. Isso aconteceu na eleição passada com outros partidos aqui em Goiás, o PP ou PTB. A nível nacional, o PSD tem tido posição de independência. Tem votado a favor do governo nas matérias que ele acha que sejam de interesse da população e votando contrário naquelas que julgam não ser boas. Com relação à eleição presidencial de 2014, o PSD ainda não tem posição definida. Ele pode vir caminhar com a presidente Dilma como também com qualquer um dos quatro pré-candidatos.

Há possibilidade real de o PSD, em Goiás, apoiar a presidente Dilma?
Pode acontecer, mas temos discutindo isso e diversos componentes do partido, até de outros estados, têm dito sobre a realidade momentânea atual do PSD em cada estado.

A tendência é que seja uma decisão regional ou nacional?
Cada estado deverá ter uma posição. É o que tem acontecido com os outros partidos e aqui poderá acontecer o mesmo. Mas nós temos pessoas que são ligadas à presidente, outras que são ligados ao Aécio Neves e também ao Eduardo Campos. Mas acredito que a posição do partido deve vir à tona a partir de março ou abril do ano que vem.

O sr., pessoalmente, teria alguma dificuldade em apoiar a presidente Dilma?
Não, nenhuma. Inclusive temos conseguido benefícios para a região que eu represento com o governo federal. Temos que discutir a posição do partido para caminharmos unidos e só assim termos condições de fortalecer um partido que foi recém-criado, que está iniciando sua trajetória.

O prefeito de Rio Verde, Juraci Martins relatou que sua cidade avançou muito nas parcerias com o governo federal, mas que com o governo estadual ainda estava muito na questão das promessas. Hoje há uma maior quantidade de recursos e obras estaduais?
Sim. Em primeiro momento, o governador encontrou dificuldades em poder realizar as obras importantes para cada município e região. Em Rio Verde, tivemos o asfaltamento do bairro Laranjeiras, do Jardim Presidente e dos três distritos, totalizando o valor de R$ 12 milhões. A GO 333, que liga Rio Verde a Paraúna, um trecho de 95 quilômetros, nós já temos 65 quilômetros dessas rodovias prontas, faltando apenas 30 quilômetros. Foi feita a licitação do anel viário de Rio Verde. O saneamento básico, para o qual foi feita uma parceria público-privada, deverá universalizar o sistema de esgoto em Rio Verde.

Outra demanda da região Sudoeste era a representatividade dentro do governo. Isso já foi discutido com o governador ou vocês deixaram de lado?
Não esquecemos, não. Rio Verde tem sim pouca representatividade junto ao governo do Estado, indicamos apenas o presidente da Goiás Parcerias, mas não temos nenhuma indicação para um órgão do mesmo nível em que Rio Verde representa Goiás. Desde o primeiro momento, a nossa reivindicação era a secretaria de Indústria e Comércio, mas sabemos que o governador tem compromisso com a secretaria. Nessa reforma administrativa, já temos alguns cargos que o governador já adiantou que terá condições de indicar alguém da região Sudoeste.

Há alguma prioridade?
Não. Queremos o que o governador puder colocar à disposição e que nos ajude. Não queremos cargo por cargo, queremos algum cargo que possa ajudar no desenvolvimento de toda região Sudoeste.

O PSD tem muitos nomes de peso para os cargos proporcionais. Isso preocupa o sr. para o ano que vem?
Não. Quanto mais pessoas boas na política melhor para o eleitor. Para deputado federal, provavelmente será feito um “chapão” como tem sido feitos nas outras eleições com PSD, PTB, PSDB e PP. Então, não faz diferença, pois todos estarão juntos concorrendo a uma das vagas. Para a disputa na Assembleia, estamos discutindo até a possibilidade de formar uma chapa só do PSD para fazer a maior quantidade de parlamentares dentro do nosso partido.

Não é muito difícil o PSD conseguir fazer seis cadeiras novamente na Assembleia em uma chapa pura?
Nós já discutimos isso e acreditamos que quatro ou até cinco nós temos condições de fazer. Nós temos nomes muito competitivos e puxadores de voto que podem nos ajudar a conseguir esse objetivo.

Para deputado federal, então, é mais tranquilo?
É mais tranquilo, mas não dá uma segurança para o partido. Às vezes, você pode perder uma eleição ali por mil votos para um candidato de outra sigla que está na mesma coligação.

Uma chapa pura de todos os partidos da base pode provocar “fogo amigo”?
Acho que sim, mas é melhor ter essas pessoas conosco. É lógico, porém, que endurece a disputa, mas o que importa é que venham bons nomes. Os cargos existem, serão ocupados, mas que sejam ocupados por boas pessoas.

Juraci Martins tinha boa avaliação, foi eleito com relativa tranquilidade, mas essa atual gestão começou conturbada. Qual a situação da gestão em Rio Verde?
No primeiro momento, até por causa de uma diminuição na arrecadação da cidade, ficou difícil a realização de obras em Rio Verde. Não foram só problemas de orçamento, mas também problemas burocráticos das obras que estavam em execução. Algumas empresas que executavam as obras não tiveram condições de dar sequência, paralisaram e teve que ser feita nova licitação, como é o caso da rodoviária. Na Câmara, o candidato do prefeito perdeu a eleição para a presidência. Agora, o prefeito começa a agir politicamente, tendo feito uma reforma administrativa para levar alguns vereadores para ser secretário. Acredito que, de agora em diante, o prefeito tenha condições de fazer uma boa administração como fez no primeiro mandato.

O vice-prefeito, Demílson Lima (PPS), teve um problema com os vereadores, que chegaram a pedir a cassação dele. Como foi isso?
O vice-prefeito era secretário, foi afastado para que possam ser apuradas as denúncias e agora espera para ver qual o resultado jurídico com relação a essas denúncias.

Há diálogo então entre o prefeito e o vice-prefeito de Rio Verde?
Diálogo tem, o vice-prefeito foi afastado só até apurarem as denúncias com relação à pasta na qual ele era secretário.

Houve uma reclamação do repasse de dinheiro para o Esporte Clube Rio Verde, que disputou o Campeonato Goiano de Futebol. Como o sr. vê essa questão?
O Rio Verde começou um trabalho desde 2009, quando o prefeito Juraci assumiu esse compromisso de voltar o time à primeira divisão do Campeonato Goiano. Em 2013, foi feito um convênio com o clube de R$ 2 milhões para disputar o campeonato, mas não deu liga e ele acabou rebaixado. Todos os times passaram por isso, não é esse o problema. As acusações de que esse recurso vinha do Fundeb. O que aconteceu é que a secretaria era de Esportes, Educação e Lazer e o recurso saia da secretaria. Não era, portanto, recurso do Fundeb, que vem do governo federal, mas sim da secretaria de Esporte e Lazer, que só agora foi desmembrada. Hoje, o Rio Verde está na final do campeonato sub-18, na semifinal do sub-15, tem quatro mil crianças atendidas com esse recurso. Vamos disputar a segunda divisão do Campeonato Goiano e a intenção é voltar para a primeira, pois acreditamos que Rio Verde é uma cidade representativa e que merece ter um time na primeira divisão.


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