09 de agosto de 2024
Cidades

“Havia uma cultura de não querer ver o potencial do crime organizado em Goiás”, diz Balestreri

Ricardo Balestreri deixará a SSP-GO em 15 de fevereiro. (Foto: Divulgação/SSP-GO)
Ricardo Balestreri deixará a SSP-GO em 15 de fevereiro. (Foto: Divulgação/SSP-GO)

Durante a apresentação de uma pesquisa sobre o perfil de armas de fogo apreendidas em Goiás, o secretário Ricardo Balestreri fez um balanço de sua gestão à frente da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Segundo o secretário, em Goiás havia uma cultura de não enxergar o crime organizado, que está presente em todo o país.

“Havia uma cultura generalizada em Goiás de, digamos, não querer ver o potencial do crime organizado. Acho que generalizado mesmo, estava instaurado culturalmente. E eu pedi uma investigação detalhada da nossa Agência Central de Inteligência e em menos de um mês eu tinha um mapa detalhado da presença e do fluxo do crime organizado dentro de Goiás, inclusive o histórico disso”, disse.

Ricardo Balestreri informou que por Goiás ser um estado centralizado e estar próximo ao Distrito Federal, onde há grande consumo de cocaína, houve grande expansão de duas das maiores organizações criminosas existentes no Brasil.

“Nos últimos dois anos e meio, particularmente, por uma análise da centralidade geográfica de Goiás, a principal facção brasileira passou a apostar em uma expansão dentro de Goiás e se conflitou com a segunda maior facção brasileira. Precisamos ter conhecimento desses números não para ficar apavorados, estamos combatendo e vencendo, mas precisamos conhecer essa realidade para termos um trabalho eficiente e eficaz. A negação da realidade não é boa, a gente precisa reconhecer que o crime organizado está presente no mundo inteiro, está presente em todo o Brasil e também está presente em Goiás”, explicou.

Questionado durante entrevista coletiva sobre o legado que deixará na Segurança Pública de Goiás, Balestreri ressaltou a necessidade em continuar combatendo o crime de forma sistêmica, como uma política de Estado.

“Acho que esse desafio fica para qualquer secretário de Segurança do Brasil. O crime hoje não é mais o crime avulso, o crime hoje que ameaça a população é todo realizado. Nós já passamos dessa fase do combate fragmentado ao crime, o combate hoje tem que ser sistêmico. Tenho certeza que esse combate vai continuar sendo trabalhado pelo Estado de Goiás, tenho certeza que essas políticas impressas pela minha gestão são políticas de Estado, são políticas que coadunam com aquilo que foi requisitado pelo governador e vice-governador. Então a continuidade de um processo, de uma política de Estado é normal e deve transcorrer ou cumprir a etapa combinada comigo, que era de um ano”, concluiu.

Sobre a nova missão que irá cumprir, no Gabinete de Assuntos Estratégicos do Governo de Goiás, a partir de 15 de fevereiro, o secretário destacou que será valorizada a prevenção da cultura da violência.

“Conseguir com a minha equipe alcançar realmente índices surpreendentes, muito além daquilo que se previa e agora tem outro desafio pela frente, que será enfrentado com muita alegria e com muita potencialidade, porque é o desafio de atuar exatamente na prevenção da cultura da violência e na geração de uma cultura inclusiva”, comentou.

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