O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, chamou o adversário, Jair Bolsonaro (PSL), de produto do “casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo [economista] Paulo Guedes, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo [fundador da Igreja Universal do Reino de Deus]”.
“Sabe o que está atrás desta aliança? O que no latim de chama de Auri Sacra Fames. Fome de dinheiro”, disse o candidato petista.
Questionado sobre declarações de Bolsonaro, de que seria criador do chamado “kit gay”, um suposto material sobre doutrinação nas escolas, Haddad chamou o capitão reformado de “grandíssimo mentiroso”.
“Por que ele não me pergunta no debate? Porque não tem projeto”, reagiu.
O petista relatou a perseguição que sofreu na véspera por bolsonaristas, que, segundo ele, atacaram a Igreja Católica.
O candidato disse ser “preocupante que depois de atacar mulheres, negros, LGBTS, eles passem a atacar católicos”. “Bolsonaro é isso. Bolsonaro é violência, Bolsonaro é bala. É desrespeito. Uma representação de tudo que há de pior em termos de violência no país”, afirmou.
Ele disse que muitos apoiadores de Bolsonaro exibem a suástica.
E lembrou que o próprio adversário já declarou que se alistaria ao Exército alemão na década de 30.
“A cultura da violência, do estupro, da tortura, do nazismo, quem abraça com as próprias palavras é ele [Bolsonaro]”.
Em nota, a Igreja Universal rebateu as declarações de Haddad.
“Quando o bispo Edir Macedo apoiou o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula, o apoio era muito bem-vindo. Agora, quando o líder espiritual da Universal declara que seu candidato é Jair Bolsonaro, o bispo Macedo deve ser ofendido de forma leviana?”, disse a Universal em pronunciamento em seu site oficial.
Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus foram aliados do PT e de Lula nas eleições de 2002 a 2014, após anos de uma relação conflituosa.
Desde o impeachment de Dilma Rousseff, no entanto, novamente houve um afastamento.
Bolsonaro também se pronunciou no Twitter, dizendo que, com essas palavras, o “PT tenta jogar católicos e evangélicos uns contra os outros”.
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