O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pode haver conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump, para tratar das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O ministro pontou que, no entanto, o contato exige uma preparação protocolar.
Segundo Haddad, não há obstrução dos canais de diálogo entre os negociadores das duas nações. Atualmente, um grupo de oito senadores brasileiros também está em Washington, capital dos Estados Unidos, para tentar abrir um canal de diálogo com congressistas estadunidenses e discutir soluções para o tarifaço.
“É papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível”, disse Haddad se referindo ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está nos Estados Unidos; e ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também vem dialogando com o setor produtivo.
Segundo Haddad, não é preciso, nem indicado, que se tenha pressa nas decisões. “Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação”, acrescentou, ao criticar as pressões da oposição.
A imposição da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, anunciada no dia 9 de julho por Donald Trump, começará a ser imposta a partir do dia 1º de agosto. De acordo com Haddad, já há “algum sinal de interesse” e “sensibilidade” de autoridades dos Estados Unidos para conversar.
O ministro contou, ainda, que o vice-presidente Geraldo Alckmin tem feito “um esforço monumental” em suas conversas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. “Ontem mesmo houve uma conversa mais longa, terceira e mais longa conversa que tiveram”, observou.
O foco do governo brasileiro, segundo Haddad, é que eles se manifestem oficialmente para que possa ser mapeado o que, de fato, está em jogo e para que os negociadores encontrem uma solução, considerando o que é importante para os dois países. Enquanto isso, o governo Lula prepara um plano de contingenciamento para ajudar empresas afetadas pelo tarifaço. O documento foi formulado pelos ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores; e pela Casa Civil
Vários cenários foram apresentados e, segundo o ministro Haddad, Lula tomará a decisão sobre “a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data” do pode ser colocado em vigor. Um dos cenários inclui um programa de manutenção do emprego com o mesmo propósito do que vigorou durante a pandemia de covid-19.
Com informações da Agência Brasil
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