Como seria um ambiente livre de preconceitos e respeitando a diversidade cultural das pessoas LGBTQIA+? Orientado por essa imaginação, o diretor e coreógrafo João Paulo Amorim criou o mais novo espetáculo do Bacae Dança, “Habitat”, que terá a sua estreia neste mês de abril em Goiânia. Em uma estética pop, colorida e imaginária a dramaturgia da cena, o espetáculo promete levar o espectador ao vislumbre do que pode ser um ambiente ideal livre de preconceitos.
O trabalho é uma remontagem de um espetáculo de temática LGBTQIA+ e de dança contemporânea que irá aos palcos do Teatro IFG, no Centro, nos dias 7, 8, 9 e 10 de maio. Os ingressos podem ser retirados via Sympla e são doação de roupas masculinas para o Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua).
“Habitat” é o 3º espetáculo do Grupo Bacae Dança, que já completa 9 anos de estrada. Em palco estarão os bailarinos João Paulo Amorim, Danrley Rodrigues e Ingrid Costa. Este trabalho apresenta, em formato de performance com dança contemporânea e alguns elementos da cultura K-Pop, como seria a construção e o alcance de um lugar na sociedade por pessoas LGBTQIA+. Estas pessoas são historicamente marginalizadas e excluídas da representatividade social e que consequentemente não conseguem desenvolver sua identidade e seu espaço.
Para João Paulo Amorim, diretor do espetáculo, a imaginação pode ser uma ferramenta de resistência. “Muitas vezes, quando enfrentamos adversidades ou discriminação, a imaginação pode nos permitir visualizar um futuro diferente e criar estratégias para alcançá-lo”, comenta o diretor João Paulo Amorim. “Em Habitat nos transportamos para um lugar utópico, tropical, divertido e sensual”, compartilha o coreógrafo do espetáculo que tem na trilha sonora Duda Beat, AKMU, Jaloo, Mc Tha, XG, AVUÁ e Aespa.
“O primeiro direito que é negado a pessoas gays, lésbicas, bissexuais, travestis, não – binários, Queers e transexuais é o de legitimidade. Legitimidade a ter moradia, de poder realizar escolhas e ter o conforto do lar. A exclusão familiar e a problematização sobre onde pertencer, deixa todas essas pessoas vulneráveis e incapacitadas de ter seu habitat”, explica Amorim sobre o direito ao pertencimento de um espaço.
Um hábitat ou habitat é uma área ecológica ou ambiental que é habitada por uma determinada espécie de animal, planta ou outro organismo. O habitat está relacionado ao lugar, ou ambiente físico em que esse organismo vive e onde pode encontrar alimento, abrigo, proteção e companheiros para reprodução. Por isso, o significado de habitat para essa obra de dança é: um lugar fantasioso, tropical e diverso. É uma utopia onde é possível construir seu lugar ideal, ser livre para sentir os sentimentos mais profundos e esquisitos, poder ser expressivo, ser vivo, ser brilhante e estar em harmonia sem precisar esconder ou segurar, mas poder pertencer.
O projeto ainda conta com ações formativas. Algumas cenas do espetáculo foram apresentadas para pessoas em situação de rua em parceria com o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua de Goiânia no dia 2 de abril. No dia 26 de abril, o Centro Educacional Bilíngue de Surdos de Goiânia também recebeu apresentação de algumas coreografias deste trabalho e uma oficina de dança com a bailarina Luciana Caetano.
Este projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento à Dança do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2023 e conta com apoio institucional da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia, Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura de Goiânia.
Leia mais sobre: Goiânia / Habitat / LGBTQIA+ / Cultura e Entretenimento