23 de dezembro de 2024
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Há 500 anos, Lutero pôs em marcha a Reforma Protestante, que mudaria o curso da história

Em 2017 se celebra os 500 anos da Reforma Protestante (Ilustração: IPIB)
Em 2017 se celebra os 500 anos da Reforma Protestante (Ilustração: IPIB)

Há 500 anos, o ex-frade alemão Martinho Lutero cunhou 95 teses que provocaram um racha no cristianismo ­-foi o início da Reforma Protestante.

Entre os alvos das críticas, estavam o papa e, principalmente, o ‘mercado do perdão divino’ que vigorava na época.

Com a ajuda do professor de ciências da religião Carlos Caldas, da PUC-MG, e do professor de história moderna Rui Luis Rodrigues, da Unicamp, a reportagem destacou 5 das 95 teses. Abaixo, leia-as na íntegra.

TESE 1

“Nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo, ao dizer ‘arrependei-vos’, intencionou que toda a vida dos cristãos seja de arrependimento”

Rui Rodrigues diz que “Lutero ressaltava a penitência como atitude”, isto é, os cristãos deveriam se sentir arrependidos por toda a vida, mesmo se um padre o perdoasse.

De acordo com Carlos Caldas, o discurso oficial da Igreja Católica, no início do século 16, era de que o perdão de Deus poderia ser conquistado com a compra de indulgências, uma espécie de documento. É este o principal alvo das críticas.

TESE 6

‘O papa não tem poder para remir qualquer culpa, exceto para declarar e garantir sua remissão por Deus; ou, quando muito, remindo casos reservados para si mesmo; neles, sendo desprezado seu poder, a culpa certamente permanecerá.’

Para Rodrigues, essa tese revela que o ex-frade estava mais interessado em esclarecer a doutrina cristã do que instigar um cisma na Igreja Católica.

De acordo com o historiador, essa percepção não era fundamentalmente diferente do que se diz na teologia católica. “Lutero não ataca a autoridade do papa para perdoar pecados, mas afirma que [os sacerdotes] podem apenas comunicar o perdão concedido por Deus”, diz.

TESE 27

“Eles pregam que a alma sai do purgatório assim que se ouve o tilintar da moeda ao cair no cofre das ofertas”

Trata-se de uma crítica mais direta ao comércio de indulgências. É uma alfinetada à frase atribuída ao frade Johann Tetzel, grande comissário para indulgências na Alemanha da época: “Tão logo uma moeda na caixa cai, a alma do purgatório sai”.

A ideia criticada por Lutero era de que tanto as almas dos vivos quantos as dos mortos poderiam ser salvas com a compra do documento. ‘Quanto maior o valor pago, mais gerações anteriores de sua família são liberadas do purgatório’, diz Caldas.

TESE 50

“Os cristãos devem aprender que, se o papa estivesse inteirado do que fazem os pregadores de indulgências, ele preferiria que a Basílica de São Pedro fosse reduzida a cinzas a ser construída com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas”

Com essa tese, o papa é “blindado”. Para Caldas, é uma estratégia política de Lutero, disfarçada na forma de cortesia, para “não bater de frente” com o Santo Padre.

De acordo com Rodrigues, Lutero foi cauteloso. O professor cita outro exemplo da ponderação, a tese 38, na qual o ex-frade diz que “não se deve desprezar o perdão e a distribuição [do breve] pelo papa, visto que o perdão papal consiste numa declaração do perdão divino”.

TESE 62

“O verdadeiro tesouro da igreja é o santo evangelho da glória e da graça de Deus”

Para Caldas, essa tese sintetiza as chamadas “Cinco Solas”, frases cunhadas pelo ex-frade e que se tornaram símbolo da Reforma Protestante: “Somente a Escritura, somente Cristo, somente a graça, somente a fé, glória somente a de Deus”.

Para Lutero, a Igreja Católica colocava muitos intermediários entre os homens e Deus. As “Solas” eram uma forma simples de transmitir a ideia de que todos poderiam ter acesso direto a Deus.

São um resumo de suas inquietações. Era o debate teológico da salvação que o perturbava: como alcançá-la? Em meio a tantas ‘fontes’ de fé, o escopo deveria ser diminuído. A resposta, para o ex-frade, era que ‘menos é mais’. Daí a palavra latina ‘sola’, que significa ‘somente’.

A confira abaixo, ‘As 95 Teses e a Essência da Igreja’ (Editora Vida, 160 págs., R$ 20,90), com tradução de Carlos Caldas.

1: Nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo ao dizer ‘arrependei-vos’ intencionou que toda a vida dos cristãos seja de arrependimento.

2. Essa palavra não pode ser entendida como penitência sacramental, que é a confissão e satisfação realizadas sob o ministério dos sacerdotes.
3. Mas isso não se refere apenas à penitência interior; isto é, tal penitência interior é inútil, a não ser que externamente produza mortificações na carne.
4. O arrependimento assim continua, tanto quanto o ódio a si mesmo -isto é, o verdadeiro arrependimento interior- ontinua, até nossa entrada no reino dos céus.
5. O papa não tem nem vontade nem poder para remir quaisquer penitências, exceto as que ele impôs por autoridade própria ou por autoridade canônica.
6. O papa não tem poder para remir qualquer culpa, exceto para declarar e garantir sua remissão por Deus; ou, quando muito, remindo casos reservados para si mesmo; neles, sendo desprezado seu poder, a culpa certamente permanecerá.
7. Deus jamais remirá a culpa de homem algum sem que este se sujeite, com total humildade, à autoridade de seu representante, o sacerdote.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos, e nenhum peso deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo, atuando no papa, nos faz o bem em que, em seus decretos, sempre abre exceção quanto ao artigo da morte e da necessidade.
10. Agem de modo errado e ignorante os sacerdotes que, no caso dos moribundos, reservam-lhes penalidades canônicas para o purgatório.
11. O joio da transformação da penalidade canônica em penalidade de purgatório foi certamente semeado enquanto os bispos dormiam.
12. Antigamente, as penalidades canônicas eram impostas antes da absolvição, não depois -como teste de verdadeira contrição.
13. Os moribundos pagam todas as suas penalidades pela morte, e já estão mortos segundo as leis canônicas, e estão por direito desobrigados delas.
14. A sapiência ou caridade imperfeita do moribundo trazem necessariamente grande temor, e, quanto menores forem, maior o temor que produzirão.
15. Esse medo e horror são suficientes por si mesmos, para não dizer nada de outras coisas, para constituir as dores do purgatório, pois está muito próximo do horror provocado pelo desespero.
16. O inferno, o purgatório e o céu são tão diferentes uns dos outros quanto o desespero, o quase desespero e a paz mental são diferentes uns dos outros.
17. Com as almas no purgatório parece necessário que, enquanto o horror diminui, a caridade aumente.
18. Parece que não foi provado, nem por argumentos nem por qualquer texto bíblico, que as almas do purgatório estejam fora do estado de mérito ou do crescimento em caridade.
19. Ao que parece, ainda não se provou que as almas do purgatório estão seguras e confiantes quanto à própria bem-aventurança, todas elas pelo menos, ainda que não estejamos seguros disso.
20. Portanto, quando o papa fala de indulgência plenária de todas as culpas, não fala de todas, mas apenas das que ele mesmo impôs.
21. Dessa maneira estão errados os pregadores de indulgências que dizem que, pelas indulgências do papa, o homem perdido está salvo de todo castigo.
22. Pois o papa, de acordo com os cânones eclesiásticos, não dispensa as almas do purgatório de pena nenhuma que deveria ter sido paga em vida.
23. Se qualquer indulgência plenária de todas as penalidades puder ser concedida a qualquer um, sem dúvida ela será concedida só aos mais aperfeiçoados – que são muito poucos.
24. Daí que a maior parte do povo é enganada com essas promessas indiscriminadas e impressionantes da remissão de todas as penas.
25. O poder do papa sobre o purgatório, de modo geral, também o detém cada bispo em sua diocese e cada padre em sua paróquia, em particular.
26. O papa age com muito acerto ao conceder remissão às almas não pelo poder das chaves (sem nenhuma serventia no caso), mas por intermédio da intercessão.
27. Eles pregam que a alma sai do purgatório assim que se ouve o tilintar da moeda ao cair no cofre das ofertas.
28. O certo é que, ao tilintar o dinheiro na caixa, a avareza e o lucro podem aumentar, mas a intercessão da igreja depende só da vontade de Deus.
29. E quem sabe se todas as almas no purgatório desejam ser libertas dele, conforme a história contada pelos santos Severino e Pascoal.
30. Nenhum homem está seguro da realidade da própria contrição, muito menos de receber perdão completo por todos os seus pecados.
31. Raro é o verdadeiro penitente, tão raro é quem verdadeiramente obtém o perdão -isto é, muito raro.
32. Os que acreditam que por intermédio de cartas de perdão podem ter certeza da própria salvação serão condenados eternamente junto com os seus mestres.
33. Devemos tomar cuidado especial com quem diz que os perdões do papa são o mais inestimável dom divino pelo qual o homem é reconciliado com Deus.
34. Pois a graça concedida por esses perdões diz respeito apenas aos castigos da satisfação sacramental, de indicação humana.
35. Não prega nenhuma doutrina cristã quem ensina a desnecessidade da contrição para quem retira as almas do purgatório ou compra documentos de confissão.
36. Todo cristão verdadeiramente compungido tem por direito a remissão plenária do castigo e da culpa, mesmo que não disponha de indulgências de perdão.
37. Todo cristão verdadeiro, vivo ou morto, tem parte em todos os benefícios de Cristo e da igreja, que lhe foram dados por Deus, mesmo sem cartas de perdão.
38. Todavia, o perdão concedido pelo papa não deve de modo algum ser desprezado, pois, como já declarei, trata- -se de uma declaração do perdão divino.
39. É algo muito difícil, mesmo para os teólogos mais eruditos, exaltar ao mesmo tempo o amplo efeito do perdão e a necessidade de verdadeiro arrependimento aos olhos do povo.
40. O verdadeiro arrependimento busca e ama o castigo, enquanto a abundância de perdão causa relaxamento, e leva os homens a odiarem-no, ou pelo menos lhes dá motivo para tanto.
41. O perdão apostólico deve ser proclamado com cautela, a não ser que o povo seja levado a imaginar com falsidade que o perdão é melhor que boas obras de caridade.
42. Os cristãos devem aprender que não está na mente do papa que a compra de perdão deva de algum modo ser comparada às obras de misericórdia.
43. Os cristãos devem aprender que quem ajuda a um pobre ou empresta dinheiro a um necessitado faz melhor que comprar indulgências.
44. Porque, por uma obra de caridade, a caridade aumenta, e o homem se torna melhor, enquanto comprando indulgências ele não se torna melhor, apenas livre do castigo.
45. Os cristãos devem aprender que quem vê o necessitado e o ignora e compra indulgências não adquire para si as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46. Os cristãos devem aprender que, a não ser que tenham riquezas supérfluas, devem gastar seu dinheiro no sustento da família, e de modo algum desperdiçá-lo comprando indulgências.
47. Os cristãos devem aprender que, conquanto sejam livres para comprar indulgências, não há nenhum mandamento para que o façam.
48. Os cristãos devem aprender que o papa, ao conceder indulgências, precisa e deseja mais orações piedosas que de pagamentos em dinheiro.
49. Os cristãos devem aprender que o perdão do papa é útil, caso não depositem nele sua confiança, mas é inútil se, ao comprarem indulgências, perderem o temor a Deus.
50. Os cristãos devem aprender que, se o papa estivesse inteirado do que fazem os pregadores de indulgências, ele preferiria que a Basílica de São Pedro fosse reduzida a cinzas a ser construída com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Os cristãos devem aprender que, se fosse seu dever, seria desejo do papa até mesmo vender a Basílica de São Pedro e dar do próprio dinheiro a todas as pessoas que foram extorquidas pelos pregadores de indulgências.
52. Vã é a esperança de salvação por intermédio de cartas de indulgência, mesmo que um enviado do papa -ou o papa em pessoa- entregasse a própria alma como garantia.
53. São inimigos de Cristo e do papa os que, para promover a pregação das indulgências, condenam a Palavra de Deus ao silêncio nas igrejas.
54. Um erro é cometido quando a Palavra de Deus recebe menos tempo que a divulgação das indulgências no mesmo sermão.
55. O desejo do papa é que, se as indulgências – assunto de pequena importância – são celebradas com sinos, procissões e cerimônias, o evangelho, que é de importância muito maior, deve ser pregado com centenas de sinos, centenas de procissões e cerimônias.
56. Os tesouros da igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são devidamente conhecidos entre o povo de Cristo.
57. Está claro que não se trata de bens temporais, pois não são prontamente distribuídos, mas apenas acumulados, por muitos pregadores.
58. Nem são eles méritos de Cristo e dos santos, pois estes, independentemente do papa, estão sempre concedendo graça ao homem interior, e a cruz, a morte e o inferno ao homem exterior.
59. São Lourenço disse que os pobres são os tesouros da igreja, mas ele falou de acordo com o uso das palavras no seu tempo.
60. Não nos precipitamos quando falamos que as chaves da igreja, concedidas pelos méritos de Cristo, são este tesouro.
61. Pois está claro que o poder do papa é suficiente para a remissão de penas em alguns casos particulares.
62. O verdadeiro tesouro da igreja é o santo evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Mas esse tesouro tem sido detestado, porque faz dos primeiros os últimos.
64. Enquanto o tesouro das indulgências é mais aceitável, pois faz dos últimos os primeiros.
65. Por isso os tesouros do evangelho são redes nas quais antigamente se apanhavam homens ricos.
66. Os tesouros das indulgências são redes, com as quais atualmente se apanham as riquezas humanas.
67. As indulgências, que os pregadores orgulhosamente proclamam como as maiores graças, são assim consideradas porque lhes servem de promoção de lucro.
68. Mas elas não podem nem de longe ser comparadas à graça de Deus e à piedade da cruz.
69. Bispos e padres são obrigados a receber com toda a reverência os comissários das indulgências apostólicas.
70. Mas têm que ver e ouvir com toda a atenção para que esses homens não preguem os próprios devaneios em lugar das ordens dadas pelo papa.
71. Quem fala contra a verdade da indulgência apostólica é anátema e maldito.
72. Por outro lado, que seja bendito quem age contra a licenciosidade dos pregadores de indulgências.
73. Como o papa com justiça troveja contra quem usa qualquer tipo de maquinação para o crime do tráfico de indulgências.
74. Muito maior é sua intenção de trovejar contra os que, sob pretexto de indulgência, prejudicam a santa caridade e a verdade.
75. Pensar que as indulgências papais têm poder tal que poderiam absolver um homem mesmo que -por uma impossibilidade- ele tivesse violado a Mãe de Deus, é loucura.
76. Afirmamos, ao contrário, que as indulgências papais não podem retirar o menor dos pecados veniais no que concerne à culpa deles.
77. Dizer que se São Pedro fosse o papa ele não poderia conceder graças maiores é uma blasfêmia contra São Pedro e contra o papa.
78. Afirmamos, ao contrário, que ele e qualquer outro papa não dispõem de graça maior para conceder, a não o ser o evangelho, poderes, dons de cura etc. (1Coríntios 12.9).
79. Dizer que a cruz colocada entre as insígnias das armas papais tem poder igual ao da cruz de Cristo é blasfêmia.
80. Bispos, padres e teólogos que permitem a difusão desses discursos entre o povo prestarão contas disso.
81. A licença para pregar indulgências não torna fácil nem para os mais eruditos proteger a honra do papa contra calúnias ou, em todo caso, os questionamentos contundentes da parte dos leigos.
82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório motivado por caridade santa e pela suprema necessidade das almas -esta é a mais justa de todas as razões- se ele redime um número infinito de almas por causa de dinheiro que será gasto na construção de uma basílica – sendo esta uma razão muito pequena?
83. Outra, por que as missas fúnebres e as missas de aniversário de falecimento continuam, e por que o papa não devolve, ou permite a retirada dos fundos adquiridos para esse propósito, considerando-se o erro de orar por quem já está redimido?
84. Outra, o que é essa nova bondade de Deus e do papa na qual, por causa de dinheiro, eles permitem que um ímpio e inimigo de Deus redima a alma piedosa que ame a Deus, mas eles não redimem a mesma alma piedosa e amada por pura gratuidade, por causa da própria necessidade desta?
85. Outra, por que as leis canônicas penitenciais, há muito efetivamente abolidas e mortas em si mesmas e não usadas, ainda são resgatadas com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se fossem cheias de vida?
86. Outra, por que o papa, cujas riquezas são maiores que a do mais rico entre os ricos, não construiu a Basílica de São Pedro com seu dinheiro, em vez de construí-la com o dinheiro dos cristãos pobres? 87. Outra, que perdão o papa concede a quem, por meio da contrição perfeita, tem direito a pleno perdão?
88. Outra, que bem maior a igreja receberia do papa se ele concedesse esse perdão, centenas de vezes por dia, a todos os fiéis, em lugar de apenas uma vez, como ele faz agora?
89. Considerando que o papa busca por suas indulgências a salvação das almas, e não dinheiro, por que ele suspendeu as indulgências e perdões concedidos no passado, sendo eles igualmente eficazes?
90. Reprimir esses escrúpulos e argumentos do povo pela força, não os resolver com argumentos, significa expor a igreja e o papa ao ridículo de seus inimigos, e tornar os cristãos homens infelizes.
91. Se as indulgências fossem pregadas de acordo com o espí- rito e a mentalidade do papa, todas essas questões seriam resolvidas em paz; na verdade, nem existiriam.
92. Fora com os profetas que dizem ao povo de Cristo ‘Paz, paz’, quando não há paz.
93. Benditos sejam os profetas que dizem ao povo de Cristo ‘A cruz, a cruz’, quando não há cruz.
94. Os cristãos devem se esforçar em seguir Cristo, seu líder em meio a dores, morte e provações do inferno.
95. E assim confiar que entrarão nos céus mediante muitas tribulações em vez de confiar em promessas de segurança de paz.”

 

 


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