Com a frase ‘que nota imbecil’, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) reagiu à manifestação do Partido Liberal (PL), ao qual pertence, publicada contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro decretada na segunda-feira (4). O xingamento ganhou repercussão nacional nesta terça.
A nota tinha sido publicada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no X, no perfil do PL. “Estou inconformado!!!! O que mais posso dizer”, citava resumidamente o líder da legenda.
— Partido Liberal – PL 22 (@plnacional_) August 4, 2025
Gayer se mostrou revoltado com as palavras e atacou os aliados: “Que nota mais imbecil é essa? Pelo amor de Deus”, escreveu. Foi mais um episódio na novela de ataques trocados pelos bolsonaristas, que acumulam diversos episódios, como mostrou reportagem do Diário de Goiás no domingo (3).

Segundo mais votado de Goiás em 2022, após a reação, Gayer foi lembrado pelos meios de comunicação por se tratar de um político que acumula polêmicas.
O portal Terra, por exemplo fez um considerável retrospecto citando que o deputado federal bolsonarista tem de 44 anos, é natural de Goiânia, e foi eleito deputado federal, filiado justamente ao PL. Citou que é professor de inglês, cristão, casado com Ethienne, e pai de dois filhos, de 17 e 14 anos, que ele é ativista digital, e possui um canal no YouTube, além de ter forte presença militante pela extrema-direita nas redes sociais.
Filho de feminista que lutou contra ditadura
Não passou batida a lembrança de que Gustavo Gayer é filho da delegada, vereadora e deputada estadual Maria da Conceição Gayer. Falecida em 2006 ela foi uma militante contra a ditadura militar, além de destacada ativista do feminismo, que ajudou a criar o Centro de Valorização da Mulher (Cevam), com a também já falecida Consuelo Nasser.
O xingamento fez também serem lembradas as polêmicas envolvendo o deputado. Entre elas, que Gayer publicou no X uma insinuação de que o senador Davi Alcolumbre formaria um “trisal” com Gleisi Hoffman e seu marido, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). A provocação veio após o presidente Lula dizer que colocou uma “mulher bonita” na articulação política porque quer ter uma boa relação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado. Questionado, Gayer afirmou que “jamais quis ofender ou depreciar” Alcolumbre. A PGR sugeriu uma audiência de conciliação entre os envolvidos. Gleisi entrou com uma queixa-crime por injúria e difamação contra o parlamentar.
Ainda em 2024, Gustavo Gayer foi alvo de operação da Polícia Federal que cumpriu 19 mandados de busca e apreensão que foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para desarticular uma associação criminosa voltada para desvio de recursos de cotas parlamentares. Na época ele não foi citado diretamente pela PF como um dos alvos, mas se manifestou sobre a operação nas redes sociais.
Nas memórias sobre ele, o site relembrou que em 2023 o deputado enfrentou pedidos de cassação por declarações racistas por associar a existência de ditaduras em países africanos à suposta “falta de capacidade cognitiva” da população. No rol, também citaram que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia de Covid-19, apontou Gayer como um dos youtubers que mais lucraram com a disseminação de fake news sobre a doença. Segundo o jornal O Globo revelou na época, os vídeos foram removidos do ar após o parlamentar lucrar R$ 40 mil com as notícias fraudulentas.
No fim da lista, um caso muito comentado em Goiânia, de 2000, quando Gayer foi denunciado pelo Ministério Público após provocar um acidente de trânsito e atropelar e matar duas pessoas, e deixar uma terceira paraplégica. Em 2015, ele foi autuado por dirigir embriagado o que gerou problemas em sua candidatura à Prefeitura de Goiânia em 2020, já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exige a apresentação de certidão criminal negativa. De todo modo, ele perdeu a eleição à prefeitura na época.
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