Morreu neste domingo (6) o ex-ator Guilherme de Pádua, de 53 anos, responsável pelo assassinato da atriz Daniella Perez em 1992. A informação, dada pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em uma live e nos stories publicados no seu Instagram com a nota divulgada pela igreja, diz que Pádua sofreu um infarto pouco antes das 22h em Belo Horizonte. Confira trecho da nota:
“Com 53 anos completados no último dia 2 de novembro, Guilherme compunha o time pastoral da Lagoinha desde sua ordenação, em 2017, liderando o ministério Recomeço, que atua dentro e fora dos presídios da capital mineira e região metropolitana. Antes disso, já havia sido acolhido como ovelha e servia como voluntário nas mais diversas áreas, sempre lidando com os desprezados e marginalizados.
Em sua caminhada como pastor, Guilherme viveu longe dos grandes púlpitos. Não era visto pregando para multidões, mas atuava diariamente nas mais diversas obras com aqueles que a sociedade, muitas vezes, prefere jogar para escanteio. Guilherme testemunhou a possível transformação que há em Jesus. O recomeço reservado para todos aqueles que nele creem”.
Guilherme se tornou pastor após ajuda do próprio Márcio Valadão, que é o líder da Igreja Batista da Lagoinha, localizada em Belo Horizonte, cidade natal de Pádua. A congregação foi quem acolheu Pádua após cumprir sua pena e sair da prisão em 2017.
Pádua nasceu em 1969 e chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos 1980, disposto a tentar uma carreira no meio artístico. No ano do crime contra Daniella, ele estava no ar na novela “De Corpo e Alma”, mas o ator também interpretou um garoto de programa em “Via Appia”, filme erótico alemão rodado no universo das saunas de prostituição masculina de Copacabana. Na época ele também participou do show de strip-tease que a travesti Eloína dos Leopardos mantinha na Galeria Alaska, conhecido point gay no bairro da zona sul carioca, e que terminava com todos os rapazes ficando completamente nus.
Nos últimos anos, após se tornar pastor, Guilherme também somou episódios que se tornaram polêmicos como algumas entrevistas sobre o caso do assassinato de Daniella, um pedido de desculpas a Glória Perez, e apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Caso Daniella Perez
Em 1992, Guilherme de Pádua interpretava o motorista Bira na novela “De Corpo e Alma”, da Rede Globo, quando conheceu Daniella Perez, filha da escritora Gloria Perez. Na trama, ela interpretava Yasmin, e contracenava com Pádua e, nos bastidores, ambos começaram a se envolver. A intenção do ator, no entanto, era de ter mais espaço na novela, pedindo que Daniella pedisse isso a mãe.
Pádua era casado, e como não conseguiu o que queria, segundo a história contada, montou uma emboscada e em dezembro do ano do crime, ele e sua mulher na época, Paula Tomaz, fizeram uma emboscada e assassinaram a Daniella na Zona Oeste do Rio. A atriz foi encontrada morta num terreno baldio perto da Rua Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, com 16 perfurações no peito e no pescoço. Na investigação, legistas apontaram que a cena do crime tinha elementos de ritual satânico.
Antes de ser preso, Guilherme de Pádua chegou a consolar Glória Perez pelo telefone e deu até um abraço no marido de sua vítima, o também ator Raul Gazolla, uma hora depois do assassinato. O artista mineiro, porém, foi preso após as investigações. Ele e sua esposa foram condenados a 19 anos e 6 meses de prisão. Mas ele foi solto após seis, depois de ter cumprido um terço da pena.
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