23 de dezembro de 2024
Grupo Wagner

Guerra na Ucrânia: entenda situação de mercenários que se voltaram contra exército de Putin

Situação não é incomum, por que, durante todo o período histórico do mundo, com tantas guerras, não faltaram grupos que se voltassem contra o próprio sistema
Imagem: reprodução
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Algo um tanto quanto inusitado, mas não incomum, aconteceu na Guerra da Ucrânia: de acordo com o governo russo, um chefe mercenário chamado Yevgeny Prigozhin, do Grupo Wagner, teria convocado um motim armado nesta sexta-feira (23). Ele alega que a liderança militar do próprio país matou um grande número de seus combatentes em um ataque aéreo e jurou puni-los.

Situação não é incomum, por que, durante todo o período histórico do mundo, com tantas guerras, não faltaram grupos que se voltassem contra o próprio sistema. Apesar disso, neste caso, os detalhes ainda não estão claros, mas uma certeza é de que se trata de uma crise o presidente da Rússia, Vladimir Putin, terá de enfrentar desde que enviou milhares de soldados à Ucrânia em fevereiro do ano passado, no que chamou de “uma operação militar especial” para tomar territórios.

Prigozhin, por sua vez, afirmou, segundo veículos de imprensa de repercussão internacional, que suas ações não foram um golpe militar. Mesmo assim, mensagens de áudio enviadas por ele parece sugerir que sua milícia de 25 mil homens estava a caminho para derrubar a liderança do Ministério da Defesa em Moscou.

Ele disse: “Aqueles que destruíram nossos rapazes, que destruíram a vida de muitas dezenas de milhares de soldados russos, serão punidos. Peço que ninguém ofereça resistência […] Somos 25.000 e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país […] Vamos considerar uma ameaça qualquer um que tente resistir e destruí-los rapidamente”.

Tendo detalhes ou não, situação deixou internet em alerta e este já segue como um dos assuntos mais comentados pelos internautas nas redes sociais. No Twitter, há informações de que este Grupo Wagner invadiu a sede do Ministério da Defesa da Rússia em Rostov, Sul do país, e que eles estariam a caminho de Moscou.

A segurança estava sendo reforçada em Moscou, disse a agência de notícias Tass, com foco no que chamou de locais governamentais e infraestruturas mais importantes da capital. O serviço de segurança da Rússia FSB disse que abriu um processo criminal contra ele por convocar um motim armado, um crime passível de punição com até 20 anos de prisão.

“As declarações de Prigozhin são de fato apelos para o início de um conflito civil armado em território russo e suas ações são uma ‘punhalada nas costas’ de militares russos que lutam contra as forças ucranianas pró-fascistas”, disse o FSB.

Já Vladimir Putin também se pronunciou e prometeu “esmagar” a maior rebelião militar em solo russo desde os anos 1990. Falou em traição do grupo mercenário Wagner, de seu antigo aliado, Ievguêni Prigozhin. O rebelde, por sua vez, afirmou ter tomado controle dos principais prédios administrativos da cidade de Rostov-do-Don, no sul do país, além de estruturas do Comando Militar do Sul —peça central na engrenagem da Guerra da Ucrânia, na qual o Wagner lutou e que agora é criticada por Prigozhin.

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