O silêncio virou moda na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga relacionamentos políticos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Durante os depoimentos da manhã desta quinta-feira, 24, Wladimir Garcez falou sobre o que quis e Idalberto Matias (Dadá), assim como Jairo Martins, sobre nada. A estratégia da defesa incomodou deputados e senadores que se auto-definiram como “capengas ridicularizados”. A CPI Mista do Congresso continuou na estaca zero no quesito justiça, servindo apenas para troca de recados entre os “capangas da contravenção”.
A maior expectativa girava em torno da possível fala de Dadá, um dos maiores articuladores do contraventor, mas ele optou por não responder nenhuma pergunta, utilizando-se da prerrogativa constitucional do silêncio. Wladimir, além de negar seu envolvimento com práticas ilícitas, acusou a Polícia Federal e a mídia de deturparem as gravações e lançou novos nomes como suspeitos.
Em uma tentativa de desviar o foco, o ex-vereador citou nome de petistas ligados ao governo Lula. Entre eles, o ex-governador Iris Rezende (PMDB) e seu irmão Otoniel Machado (leia no Goiás 247). Após deixar sua mensagem, Wladimir afirmou que não responderia nenhuma outra inquisição.
“Ou mudamos a estratégia, ou permaneceremos no ridículo. Não podemos continuar apanhando da defesa dos contraventores”, declarou deputado Mendonça Prado, do DEM de Sergipe. Como o democrata, vários parlamentares manifestaram indignação com a postura dos “capangas da contravenção”, como denominaram. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou ser uma “perda de tempo insistir em uma Comissão que, se continuar dessa maneira, não dará em nada”.
Para o senador Silvio Costa (PTB) a CPI está servindo de palco para conflitos partidários que não levarão a nenhuma prova de atos ilícitos praticados por políticos brasileiros. “O que está se vendo aqui é a briga do PT e do PSDB. Essa CPI vai valer o quê? Externar essa disputa doentia entre o PSDB e o PT?”, questionou o senador,
Os depoentes Dadá e Jairo Martins foram liberados rapidamente da sessão por anteciparem que não responderiam nenhum questionamento. “Nós vamos ouvir aqui 50 mudos. Quero propor reunião para repensarmos os procedimentos que vão ser adotados. O que estamos fazendo é papel de pizzaiolo. Não ouvimos nada, não deliberamos nada”, acrescentou Mendonça Prado.
Uma nova reunião administrativa foi marcada para próxima terça-feira, onde votarão a quebra de sigilo bancário da Delta e a convocação dos governadores citados.
DOCUMENTO:
Esritura da casa de Marconi e recido de pagamento:
Leia mais sobre: Política