11 de agosto de 2024
Cidades

Guerra de versões: atual e ex- presidente da OAB divergem quanto a dívidas

Uma queda de braço. De um lado o ex-presidente da OAB Goiás, Enil Filho afirma que houve superávit das contas em 2015 na ordem de R$ 5,4 milhões. De outro, o atual presidente, Lúcio Flávio Paiva, afirma que não, que recebeu a Ordem com déficit de R$ 9 milhões no exercício de 2015. A guerra de versões deve continuar.

O ex-presidente interpelou judicialmente Lúcio Flávio Paiva que no dia 31 de março veio a público dizer que era grande o passivo financeiro na OAB e que medidas urgentes deveriam ser tomadas. Enil Filho argumentou que o atual gestor da Ordem deve explicar a origem dos números apresentados.

O ex-presidente da Ordem, Enil Henrique Filho, afirma que o resultado desta auditoria é referente ao exercício de 2015, pautada por balanços e balancetes. O Conselho Federal da OAB também fez uma análise. Enil questiona o fato de membros do Conselho Federal da OAB terem analisado em apenas sete dias as contas. O presidente disse que não era possível.

Enil Filho argumentou que a atual gestão da OAB teria usado dados prévios da auditoria de forma “irresponsável e mentirosa”, pautando que a Ordem estava numa situação de “insolvência” e por isso gostaria de respostas concretas sobre o tema.

A atual gestão apresentou no dia 31 de março dados relativos a finanças da administração anterior. Enil Filho acusou o presidente Lúcio Flávio de ter apresentado relatórios parciais e não conclusivo. O ex-presidente disse que a época a auditoria não estava pronta e que não era possível fazer qualquer tipo de conclusão a época. Haviam apenas alguns dados parciais que segundo Enil foram interpretados de forma errônea.

“O que eu quero saber do presidente Lúcio Flávio, através de uma interpelação judicial para dar as informações à advocacia goiana, onde está a documentação assinada por mim ou minha diretoria que dava aso a ele fundamentar essas inverdades que foram colocadas na imprensa? Onde estavam os documentos do Conselho Federal que haviam recusado as contas no exercício de 2015? Onde está o relatório conclusivo das auditorias apresentadas à época?”, argumentou o ex-presidente.

Foi realizada uma auditoria pela empresa Marol. De acordo com o presidente Lúcio Flávio, os documentos foram passados pela gestão anterior. Há algumas informações que não foram entregues. Segundo ele, a contadora da administração passada não repassou detalhes relativos a obras contratadas, repasses a subseções, dívidas com fornecedores e outros itens. Pela não inclusão destes pontos na auditoria, de acordo com Lúcio Flávio, foi constatado superávit.

“Se isso fosse verdade, o ex-dirigente não teria feito um empréstimo de R$ 2 milhões no dia 26 de novembro para quitar a folha de pagamento daquele mês e o 13º salários dos colaboradores”, disse. Segundo ele, essa dívida foi quitada em março, quando se pagou além do principal mais R$ 400 mil em juros ao Banco Santander”, argumentou.

Na prática segundo o presidente, há a existência de déficit. Ele cita como exemplo, um empréstimo captado no fim do ano passado em R$ 2,4 milhões quer foram usados para pagar a folha de dezembro. De acordo com Lúcio Flávio, o empréstimo foi pago no início do ano.

“Quem está ao lado da razão e da verdade não tem o que temer. O ex-presidente tomou uma atitude precipitada, pois a situação das contas passadas não é confortável”, destacou Lúcio Flávio Paiva.

Vale ressaltar que em março, o atual presidente disse que ao tomar posse em janeiro constatou que as finanças da instituição apresentavam dívidas que chegavam a mais de R$ 23 milhões.

De acordo com Lúcio Flávio Paiva será realizada uma perícia contábil nas contas da OAB para verificar a veracidade dos lançamentos contábeis.


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