Centrais sindicais e movimentos de esquerda de todo o país marcham em Brasília contra o presidente Michel Temer (PMDB) e pela convocação de eleições diretas nesta quarta-feira (24).
Chamado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que lideraram atos contra o impeachment de Dilma Rousseff, e pelas centrais sindicais, a manifestação saiu do estádio Mané Garrincha e segue em direção ao Congresso Nacional.
Os organizadores falam em mais de 100 mil pessoas. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmou que até as 11h30 havia 25 mil manifestantes. O número estimado de ônibus que vieram de outros Estados é entre 500 e 600.
“A gente não merece passar por isso. Quase não tem nada e o que tem, eles querem tirar”, diz o metalúrgico paulista Fernando Oliveira, 27, que saiu do Jabaquara, em São Paulo, na terça-feira (23), às 11h em direção à capital federal.
Entre as muitas categorias presentes, estão os agentes penitenciários, que chegaram a invadir o Congresso durante votação da reforma da Previdência em comissão no início de maio. Eles receberam uma salva de palmas ao passar por um dos carros de som que compõe a manifestação.
Entre as entidades presentes, estão a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a UGT (União Geral dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de membros de partidos, sindicatos locais, entidades estudantis como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e movimentos LGBT.
A Força Sindical também se uniu ao protesto contra o governo. Antes da revelação da delação da JBS, a central do deputado Paulinho da Força (SD-SP), se posicionava apenas contra as reformas trabalhista e da Previdência, mas não pedia a saída do governo.
Muitos carregam bandeiras e camisetas com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O melhor seria se entrasse o Lula mesmo”, diz a doméstica Elza de Araújo, 51, que veio de Teresina acompanhar a manifestação.
Outros ainda não escolheram candidato. “É tanta safadeza que a gente nem sabe”, diz o motorista mineiro Gabriel, 30. “Eu sei que a gente não aguenta mais o país ser tão hipócrita, e não aguenta mais comer só ovo de mistura.”
A reportagem também encontrou manifestantes do Pará, do Rio Grande do Sul, Rio Grane do Norte, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Distrito Federal e da Paraíba. (Folhapress)
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