12 de setembro de 2024
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Grupo que age em função de interesses políticos, diz presidente do PSD em Goiás sobre o Centrão

Vilmar Rocha fala sobre o Centrão. (Foto: PSD)
Vilmar Rocha fala sobre o Centrão. (Foto: PSD)

O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, afirmou, em entrevista ao Diário de Goiás, que o bloco do Congresso Nacional popularmente conhecido como Centrão é um “grupo de parlamentares que se preocupa, age e orienta seus votos muito em função dos seus interesses políticos”.

Rocha destacou que o bloco não necessariamente envolve partidos, mas deputados e senadores de várias siglas que se unem em prol desses interesses, em detrimento da expectativa da população.

O presidente do PSD em Goiás também lembrou que há diferença entre o bloco que atua na Congresso e o que é definido como centro no espectro ideológico. O próprio Rocha, inclusive, se define como um centrista, com conteúdo programático para o país.

Confira a entrevista na íntegra

O que é e como se define o Centrão?

O Centrão é um grupo de parlamentares do Congresso que se preocupa, age e orienta seus votos muito em função dos seus interesses políticos, pessoais ou de grupos que julgam representar lá e menos preocupação com a representação de todo o país, com o interesse público em geral. Não necessariamente um integrante do Centrão é corrupto. Ele se manifesta em função às vezes desses pequenos interesses ou em função da sua reeleição, do seu projeto político. Ele não submete seu voto, sua manifestação, ao interesse geral do país, aos interesses gerais do país. É isso o Centrão.

Agora eu queria fazer uma distinção entre o Centrão e o que considero o centro democrático. Ele tem caráter ideológico, programático, conceitual. Ele está distante tante do radical de direita, quando do radical de esquerda. Ele busca um equilíbrio de sua ação política, parlamentar e age baseado num programa. Por exemplo: antes da eleição de 2018, lançamos um manifesto à nação chamado ‘Por um Polo Democrático e Reformista’. Fui um dos signatários, ao lado do ex-presidente FHC, Chico Buarque de Holanda. Agora, na eleição de 2022, há espaço para voltarmos com esse projeto, com essas propostas, com base no programa.

Quais partidos integrariam esse polo democrático?

Os partidos, de uma maneira geral, têm gente que integram o Centrão, com uma visão mais particular, e têm políticos que pensa mais no aspecto mais geral, de médio e longo prazo, em políticas públicas universais. Todos os partidos, de maneira geral, têm gente do lado A e do lado B. Para esse projeto ser vitorioso, não pode ser apenas parlamentar e partidário. Ele tem que envolver outras forças. Forças econômicas, políticas, partidárias, sociais, culturais. É um movimento que não pode ser apenas parlamentar. Eu, dentro do PSD, trabalho para que estejamos alinhados ao centro democrático, que tenhamos um candidato à presidência da República e que esse candidato aceite e defende o programa que vamos apresentar e consideramos importante para o Brasil a médio e longo prazo. Os partidos são muito divididos, não têm uma união.

Não se pode dizer que tais e tais partidos atuam no Centrão e só…

Tem gente que é mais identificada com essa prática do Centrão e outros, não. São mais programáticos, mais ideológicos, mais concentuais. São divididos nesse sentido.

Para o país hoje, o parlamento sendo dominado pelo Centrão, qual a preocupação que deve ter?

A eleição para a Câmara e para o Senado, na verdade, não é só a eleição. Muitas vezes ela reflete o momento político e o momento daquelas forças que estão no Congresso, mas isso pode ser alterado. As mesas da Câmara e do Senado têm importância na condução da pauta, mas não é definitiva. Qualquer matéria tem que passar pela votação do plenário. Aí é que vai se decidir a votação. O que as mesas fazem é pautar, agilizar, mas a votação final é no conjunto dos parlamentares.

Na eleição agora das mesas da Câmara e do Senado, todas as forças políticas que estão representadas lá, estão representadas nas mesas da Câmara e do Senado. Por exemplo, o PT. Ela tem uma importância, mas não é o fim da linha. O presidente da Câmara, do Senado, tem força, mas as votações dependem do conjunto de deputados e senadores.

Outra coisa que observo muito hoje, no Brasil, e dá vitalidade à democracia é a pressão que a sociedade faz, em determinadas votações, perante deputados e senadores. As pessoas usam as redes sociais e fazem uma pressão muito forte, e ela é considerada. É o que Ulisses Guimarães dizia: ‘Precisamos ouvir as vozes roucas das ruas’. Numa democracia, a pressão popular tem muita importância na votação do parlamento. Dou um exemplo particular. Naquela votação do Supremo, para se permitir ou não reeleição para as presidências de Senado e Câmara na mesma legislatura, passei o fim de semana fazendo uma forte militância via redes sociais contra essa possibilidade. A Constituição claramente dizia que não podia. Me parece que a decisão tramada nos bastidores do Supremo era favorável a isso, e a pressão funcionou. Prevaleceu o que estava escrito na Constituição.


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