24 de dezembro de 2024
Esportes

Grupo francês acerta compra da gestão do Maracanã

Estádio Maracanã
Estádio Maracanã

O grupo francês Lagardère assinou na tarde desta quarta-feira (5) o acordo para administrar o Maracanã. A empresa é responsável por mais de 50 arenas no mundo.

Nesta sexta-feira (7), Aymeric Magne, CEO do grupo no Brasil, vai entregar o documento ao governo do Rio e aos executivos da Odebrecht.

No total, a Lagardère vai investir mais de R$ 500 milhões até o final da concessão, vencida pela Odebrecht em 2013 e com validade até 2048. A reportagem apurou que o grupo avalia que precisará gastar cerca de R$ 15 milhões em reformas de emergência no estádio.

Após a assinatura do memorando de entendimento na sexta-feira (7), que define todos os detalhes do acordo, as duas partes terão mais 20 dias para viabilizar financeiramente o negócio. A previsão é que a Lagardère comece a operar o estádio até o final do mês.

A Odebrecht classifica a assinatura do acordo na sexta como o “noivado”. Para a empreiteira, o “casamento” virá após o prazo de 20 dias, quando executivos das duas empresas finalizarão o negócio.

Em 2013, a Odebrecht junto com a AEG e a IMX, de Eike Batista, venceram a licitação para administrar o estádio por 35 anos.

O consórcio ofereceu R$ 5,5 milhões por ano como outorga para exploração do estádio. A empresa nunca pagou essa quantia.

O grupo alega que a operação do estádio foi inviabilizada pela proibição de demolir o Parque Aquático Julio Delamare e a pista de atletismo que fazem parte do complexo esportivo, anunciada pelo governo após a conclusão da licitação.

Na época, a Lagardère ficou em segundo lugar na disputa. A empresa estava associada com a OAS e a Amsterdan Arena.

Antes de ganhar a licitação para administrar o estádio, a Odebrecht participou da reforma do Maracanã.

A construtora fez a obra junto com a Andrade Gutierrez. Para modernizar o estádio que recebeu a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, o Estado pagou cerca de R$ 1,2 bilhão para as construtoras.

PROPINA

Em junho, executivos da Odebrecht afirmaram a procuradores da Lava Jato, em tratativas para negociar a delação premiada, que o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), cobrou propina em obras como o metrô e a reforma do Maracanã para a Copa de 2014. Preso em Bangu desde dezembro de 2016, o político nega.

O estádio estava com o futuro incerto desde o ano passado, quando a a Odebrecht anunciou que queria sair da operação.

Em outubro, a empresa entrou com um pedido de arbitragem na FGV (Fundação Getúlio Vargas) para que o governo do Rio de Janeiro reassumisse a arena.

Em grave crise financeira, o Estado descartou receber a gestão do estádio.

Até o final do ano, o Maracanã esteve sob responsabilidade dos organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio. Com a saída do comitê da administração, a arena ficou sem um administrador formal.

No início do ano, peças históricas foram furtadas do local, como o busto do jornalista Mário Filho, que dá nome ao estádio.

Em fevereiro, o Palácio Guanabara autorizou a venda da participação da Odebrecht no consórcio.

Duas empresas francesas (GL Events e Lagardère) se interessaram pela gestão do estádio.

No dia 23 de março, a GL comunicou a saída da disputa. A partir daí, o acerto com a Lagardère era questão de tempo.


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