23 de novembro de 2024
Mundo

Grécia diz ter ‘sérias indicações’ de que incêndios foram provocados

Autoridades gregas disseram nesta quinta-feira (26) ter “sérias indicações” de que os incêndios que deixaram ao menos 83 mortos foram provocados. 

O ministro da Proteção ao Cidadão, Nikos Toskas, afirmou que a análise de imagens de satélite e inspeções no solo sugerem que o fogo que começou em vários locais em um curto espaço de tempo na última segunda-feira tenha sido fruto de ação criminal.

“Temos sérias indicações e sinais significativos que sugerem ações criminosas de incêndio provocado”, afirmou Toskas, segundo o qual a polícia tem testemunhos corroborativos.

A cifra de vítimas deve aumentar, e cerca de 300 bombeiros e voluntários ainda estão vasculhando as áreas afetadas por dezenas de desaparecidos.

Em visita a Mati e outras localidades afetadas, o ministro da Defesa, Panos Kammenos, foi confrontado por parentes que buscam informações sobre os desaparecidos.

“Isso não deveria ter acontecido, as pessoas morreram por motivo nenhum”, afirmou uma mulher. “Vocês nos deixaram à misericórdia de Deus”. 

Uma mulher procurava sua irmã. “Nada aconteceu com o carro dela, a casa não foi queimada, então onde ela está? Onde eles estão? Eles foram para algum lugar. Onde podem estar?”, questionou Maria Sarieva. 

Construções sem licenciamento e aleatórias -algo conhecido em muitas áreas da Grécia- também foram apontadas como causas para a tragédia. Muitas rotas de fuga para a praia estavam cercadas por muros.

“Como é possível possível que tantas vidas tenham sido perdidas e não investigar quem é responsável por tal caos no planejamento?”, questionou o ministro da Infraestrutura, Christos Spirtzis. 

Parentes de vítimas chegavam ao necrotério para fornecer informações e amostras de sangue para ajudar na identificação. 

“É um processo difícil, mais difícil que outros desastres com os quais já lidamos”, afirmou o legista Nikolaos Kalogrias.

O governo anunciou uma série de medidas de alívio, entre elas o pagamento de uma soma de 10 mil euros (R$ 44 mil) e empregos no setor público para cônjuges e parentes próximos de vítimas.

Mas para muitos, isso foi pouco. “Uma gota no oceano”, afirmou a primeira página do jornal Ta Nea. (Folhapress)

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