28 de agosto de 2024
Destaque • atualizado em 20/07/2021 às 10:51

Grão-Mestre da Loja Maçônica de Goiás diz que aumento do fundo eleitoral é um “acinte à sociedade”

Foto: reprodução/YouTube.
Foto: reprodução/YouTube.

Em entrevista ao Diário de Goiás, na manhã desta terça-feira (20), o Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás (Gleg), Tito Souza do Amaral, disse que o país passa por sérios problemas sociais e que esse aumento do fundo eleitoral é um acinte à sociedade brasileira.

“Sim eu sou um dos signatários desse documento, dessa norma oficial. Todos nós representantes das Lojas Maçônicas, somos 27. Nos reunimos, todos preocupado com esse dispositivo inserido na LDO passando para esse absurdo de quase R$ 6 bilhões. Num momento que o país está passando por dificuldade, essa grave crise da covid-19, um desemprego acho que nunca antes visto nesse país, aí resolvem aprovar um valor tão alto somente para o pleito eleitoral é um acinte à nossa sociedade. E maçonaria não apoia governo, não apoia pessoas, nem também faz oposição a governo”, disse Tito.

Nesta segunda-feira (19), a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) emitiu nota solicitando que o presidente Jair Bolsonaro vete o dispositivo da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022 que aumenta o fundo eleitoral para R$ 5,7 bi.

“Para tanto, as Grandes Lojas Maçônicas brasileiras, aqui representadas pela Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), solicitam ao senhor presidente da República que vete em sua totalidade a parte da LDO que trata sobre o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, vez que tais recursos em nada contribuirão com a sociedade em geral, devendo-se destiná-los para a área social, carente e necessitada de apoio do poder público”, diz trecho da nota.

O Grão-Mestre destacou também que as Lojas Maçônicas em todo o país levaram essa insatisfação ao governo federal e enfatizou que os membros repudiam esse aumento dessa verba, mas disse que não cabe a eles fazerem pressão ao governo, pois não é o papel da instituição.

“A maçonaria tem como um dos seus principais lemas o respeito às leis e às autoridades, nós temos nossos representantes no país, neste caso aqui, o parlamento e o presidente do país, cabe ao Congresso Nacional aprovar os projetos de lei e ao presidente da República fazer a sanção. Nós levamos ao conhecimento do presidente da República e de toda a sociedade o nosso repúdio, o nosso desassossego com essa medida. Agora vamos cobrar sim, mas não vamos fazer pressão porque não é nosso papel fazer pressão”, pontuou.

Questionado pela reportagem do DG se há representantes dos maçons na política e que poderiam reivindicar o veto do presidente ao trecho polêmico da LDO, o Grão-Mestre disse que há, sim, representantes, disse que eles votaram contra o aumento do fundo eleitoral e citou, inclusive, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, como maçom e que levará essa demanda a conhecimento do presidente Jair Bolsonaro.

“Eles já fizeram isso, nossos irmão no parlamento votaram de forma contrária a esse fundo, só que infelizmente a maioria, e é da democracia isso, e a vontade da maioria prevaleceu, então temos nossos parlamentares, foram contra e continuarão, inclusive em despacho com o presidente da República vão levar essa opinião da maçonaria. O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, é nosso irmão, é maçom também e ele certamente, já encaminhamos o pleito também pra ele, embora seja endereçado especificamente ao presidente da República, mas também encaminhamos ao vice-presidente que certamente será ouvido pelo senhor presidente da República ao sancionar ou vetar esse projeto”, completa Tito.

Tito Souza ressalta ainda que se a LDO for sancionada como está pelo presidente Jair Bolsonaro, a decisão será respeitada, mas que os maçons vão atuar para que os políticos devolvam os valores para os cofres públicos, já que eles não são obrigados a ficar com o dinheiro.

“Se for aprovada, nós vamos atuar perante os partidos, perante os parlamentares para que eles renunciem da utilização dessa verba, porque veja só, se o presidente vier a sancionar, isso é um direito, não um dever de gastar quase 6 bilhões de reais, portanto nós vamos atuar para que eles não usem essa verba”, conclui Tito.


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