12 de agosto de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 00:26

Governo reduz previsão de alta do PIB de 1,6% para 1% em 2017

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

O Ministério da Fazenda reduziu sua previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 de 1,6%, projeção de agosto, para 1%, informou nesta segunda-feira (21) o novo secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Zaczuk.

Zaczuk afirmou que essa redução não foi feita por causa da eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, cujo efeito sobre o crescimento do Brasil é “ambíguo”, segundo ele.

A mudança foi feita, de acordo com o secretário, por conta dos efeitos da recessão sobre o crédito oferecido às empresas -o spread, diferença entre o que os bancos pagam para captar e o que cobram na ponta, está aumentando.

Segundo ele, isso é natural em momentos de recessão da economia -a lucratividade cai, e os bancos cobram mais para emprestar. “Esses efeitos estão ficando mais claros agora, por isso fizemos essa alteração na projeção”, disse.

Ele admitiu que com o aumento previsto para inflação nos EUA os juros americanos devem subir, e que com isso a tendência é de desvalorização do real, como já vem acontecendo -o investidor se questiona se vale a pena deixar seu dinheiro em emergentes como o Brasil.

“Mas ao mesmo tempo os EUA anunciaram que devem investir mais em infraestrutura, o que aumenta o preço do minério de ferro. Como o Brasil é um ótimo exportador de minério de ferro, isso mitiga a desvalorização cambial”, disse.

Efeito Trump

Ainda de acordo com Zaczuk, os efeitos da eleição de Trump sobre a economia americana são contraditórios. Por um lado, a perspectiva é de menor competição de produtos importados, já que o novo presidente sinalizou uma economia mais fechada, o que elevaria a inflação, aumentaria juros e poderia fazer o PIB dos EUA crescer menos no longo prazo.

Por outro lado, a expectativa é de mais investimentos em infraestrutura, o que também estimula mais inflação, mas pode fazer o crescimento americano no curto prazo ser menor. “Somando esses dois efeitos, fica claro que a inflação nos EUA deve ser mais elevada, mas o impacto sobre o PIB é inconclusivo”, afirmou.

O secretário afirmou que é o Congresso que decidirá se a nova projeção da equipe econômica para 2017 será incorporada no Orçamento do ano que vem, mas disse que é “pouco provável” que isso ocorra. O Orçamento atual para o ano que vem leva em conta a projeção de 1,6% de crescimento da economia brasileira em 2017.

O comportamento esperado pelo Ministério da Fazenda para o PIB de 2016 também piorou. Em agosto, se previa queda de 3%, redução que foi ampliada para 3,5% agora. A expectativa é que a inflação oficial, o IPCA, termine o ano em 6,8% (a projeção anterior era de 7,2%).

Folhapress

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