23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 10:04

Governo pressiona, mas base resiste em modificar a Previdência

Procurador afirma que governo Temer pouco a pouco tem destruído a Lava Jato (Foto: Lula Marques)
Procurador afirma que governo Temer pouco a pouco tem destruído a Lava Jato (Foto: Lula Marques)

O presidente Michel Temer pressiona os partidos da base aliada a fecharem questão para a reforma previdenciária, mas as siglas governistas têm demonstrado resistência.

Em reunião, na manhã desta terça-feira (5), o peemedebista pediu empenho da equipe de governo para que os partidos da base aliada fechem questão até a semana que vem.

No encontro, concluiu-se que a questão está mais adiantada no PMDB e no PTB, mas que há ainda dificuldades e resistências por parte de líderes e dirigentes dos demais partidos governistas, como PP e PR.

No Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que cresceu a probabilidade de aprovação da reforma previdenciária, mas reconheceu que “não se tem facilidade.”

“Eu devo dizer que cresceu muito a probabilidade de nós aprovarmos. Nós estamos avaliando e claro que não se tem facilidade, mas cresceu muito. Na medida em que os sete partidos conseguirem fechar questão, seguramente teremos do PSDB uma posição também favorável”, disse.

Para ele, é possível que a Câmara aprove neste ano a proposta, mas é impossível que ela tramite no Senado.

“É possível a aprovação na Câmara neste ano, mas neste momento é impossível pelo cronograma pré-estabelecido que se vote em dois turnos no Senado”, disse.

O ministro disse que a executiva nacional do PMDB deve fechar questão ainda nesta semana, em reunião que será marcada pelo presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá (RR).

Pela manhã, a assessoria de Jucá informou que ainda não havia decisão sobre reunião da executiva pra tratar do assunto. Ele está fora do país e deve retornar esta noite.

Espuma

Nesta terça, o PMDB da Câmara decidiu fechar questão a favor das mudanças nas regras previdenciárias. Na prática, o fechamento de questão significa que, se definido, quem votar em desacordo com o partido, está sujeito a punições que podem chegar à expulsão da legenda.

“A bancada, por maioria, vai encaminhar para a executiva nacional”, explicou o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP).

Embora não tenha informado quantos deputados apoiaram a decisão de encaminhar à Executiva o fechamento de questão, o líder do PMDB na Câmara afirmou que mais de 80% da bancada é a favor da reforma.

Outro partido da base a se posicionar de forma favorável ao texto foi o PTB. O presidente da sigla, Roberto Jefferson divulgou um texto defendendo as mudanças nas regras de aposentadoria e orientando “deputados federais e senadores do partido a votarem pela aprovação da proposta”.

O mesmo tom não é notado em outras legendas da base. O senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM, minimizou as chances de aprovação da reforma. “Não botem tanta fé nesta história da reforma da Previdência. Tem muita espuma aí, cuidado com as notícias”, disse.

O DEM é o partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que tem dado sinais trocados sobre a votação na Casa.

No PSD, partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o líder Marcos Montes (PSD-MG) afirmou que “não há nenhum movimento” para fechamento de questão na sigla. “Vamos fazer um trabalho de convencimento dos parlamentares, mas é característica do partido deixar os deputados livres para votarem”, disse.

O tom é o mesmo adotado pelo PR, em que o líder José Rocha (BA) disse achar “muito improvável” que haja uma posição. Segundo ele, na última contagem havia 16 votos favoráveis à Previdência dentre os 37 deputados.

Parlamentares de partidos da base afirmaram à reportagem serem contra o fechamento por considerá-lo um “constrangimento” aos colegas.

Em nota, o PP disse que aguarda “a decisão do governo de pautar o texto para votação” no plenário da Câmara. “Após definição do governo, a presidência do partido irá reunir a bancada para defender fechamento de questão para votação da reforma, cuja aprovação é imprescindível para o País”. (Folhapress)

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