O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo não cederá em pontos da reforma trabalhista para acabar com obstrução feita por senadoras de oposição, que têm impedido a votação da proposta.
Ele disse acreditar que a proposta será votada ainda nesta terça-feira (11) e rechaçou a possibilidade dela sofrer mudanças para voltar a tramitar na Câmara.
“O governo não vai fazer acordo”, disse. “E vai votar hoje”, completou, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
Nos bastidores, no entanto, auxiliares e assessores presidenciais acreditam que a votação da proposta deve ficar para quarta-feira (12) e avaliam a possibilidade de um acordo com a oposição.
A ideia é que seja fechado o compromisso de incluir reivindicações de partidos oposicionistas em medida provisória preparada pelo Ministério do Trabalho com salvaguardas aos trabalhadores.
Estão entre os pontos a quarentena para o contrato intermitente, o trabalho de gestantes em local insalubre e o contrato de trabalhadores autônomos, entre outros. Se houver mudança, o projeto retornará para nova análise da Câmara dos Deputados.
A ordem do presidente repassada para a base aliada é de que não sejam feitas em nenhuma hipótese mudanças na proposta, o que criaria o risco dela ser derrotada na Câmara.
O presidente esperava, com a aprovação da reforma trabalhista, tentar amenizar a crise política criada com a tramitação de denúncia contra ele por corrupção passiva.
Com a obstrução, o receio é de que o mercado financeiro avalie que ele não tem condições de aprovar a proposta, o que poderia fortalecer movimento pela sua saída temporária do cargo.
As senadora Fátima Bezerra (PT-RN) sentou-se e se recusou sair da cadeira do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o que o levou a interromper a sessão.
Eunício reuniu líderes dos partidos na presidência para discutir uma saída e tenta retomar a sessão ainda nesta terça-feira (11). (Folhapress)
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