Após Donald Trump comunicar que aumentaria as tarifas do aço e do alumínio do Brasil e Argentina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem “um canal aberto” e que, “se for o caso”, vai conversar com o presidente americano. Ele também descartou que o ato seria uma retaliação, já Trump acha que o pais e seu vizinho desvalorizam sua moeda propositalmente.
Em coletiva, o sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que vai conversar também com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre as tarifas praticadas pelos Estados Unidos.
“Vou falar com o Guedes hoje. Alumínio? Vou falar com o Paulo Guedes agora. Vou conversar com o Paulo Guedes. Se for o caso, ligo para o Trump. Eu tenho um canal aberto com ele”, disse.
Depois o presidente deu entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, e afirmou que o anúncio de Trump não seria retaliação e serviria como munição para a oposição.
“Primeiro é munição para pessoal opositor meu aqui no Brasil, né? Vou conversar com o Paulo Guedes hoje ainda. Se for o caso, vou ligar para o presidente Donald Trump. A economia deles não se compara com a nossa, é dezena de vezes maior do que a nossa. Não vejo isso como retaliação. Vou conversar com ele para ver se não nos penaliza com a sobretaxa no preço do alumínio”, declarou.
Aço Brasil
Após o comunicado de Trump, o Instituto Aço Brasil (antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia) divulgou nota dizendo que “recebe com perplexidade” a decisão anunciada pelo presidente estadunidense.
E diferente do que pensa Bolsonaro, o instituto afirma que o que houve por parte dos Estados Unidos foi uma “retaliação” diante da desvalorização do real frente ao dólar.
“O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países”, diz o texto.
Leia a nota na íntegra
O Instituto Aço Brasil recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA.
O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas.
Leia mais sobre: Jair Bolsonaro / Brasil