19 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:48

Governo do Rio aprova propostas de empresas para assumir Maracanã

A Secretária da Casa Civil homologou na quarta (8) as duas empresas que travam uma disputa para administrar o Maracanã.

Com o “nada consta” do governo, os interessados vão negociar agora com a Odebrecht a compra de parte da construtora baiana no consórcio que comanda o estádio.

As empresas francesas GL Events e a Lagardère já fizeram suas ofertas. A GL Events, que administra a Arena Rio, está associada aos grupos CSM e Amsterdam Arena. O Flamengo também já manifestou interesse em trabalhar com a GL.

Com a experiência de comandar mais de 60 estádios no mundo, a Lagardère fez a sua proposta sem parceiros. A empresa também quer cuidar do Engenhão. Já se reuniu com dirigentes do Botafogo.

Na decisão publicada nesta quinta (9) no “Diário Oficial”, a Secretária da Casa Civil informa que os dois grupos atendem “às exigências elencadas”.

De acordo com o texto, a GL Events e a Lagardère “foram considerados aptos a assumir o Bloco de Controle da Concessionária”.

A Odebrecht é dona de 95% do consórcio e pretende receber cerca de R$ 60 milhões para repassar a sua participação aos interessados.

Os outros 5% são da AEG, empresa especializada em gestão de arenas.

Oposição contesta

Horas depois da decisão da Casa Civil, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio cassou o mandato do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do vice-governador, Francisco Dornelles (PP).

A chapa foi condenada por abuso de poder econômico e político. Pezão vai recorrer ao TSE no cargo.

Apesar de a Casa Civil ter dado o seu “nada consta”, o fechamento do negócio corre risco.

Os interessados acreditam que a decisão da secretaria poderá ser contestada na Justiça por causa da sentença do TRE, que cassou o mandato de Pezão no mesmo dia.

O deputado Marcelo Freixo (Psol) é contra a Odebrecht decidir sobre a venda de sua participação no consórcio.

Em 2013, a empresa junto com a AEG e a IMX, de Eike Batista, venceram a licitação para administrar o estádio por 35 anos. O grupo vencedor ofereceu R$ 5,5 milhões por ano como outorga para exploração do estádio. O consórcio não pagou a primeira parcela da outorga, que venceu no ano passado.

O grupo alega que a operação do estádio foi inviabilizada pela proibição da derrubada do Parque Aquático Julio de Lamare e da pista de atletismo que fazem parte do complexo esportivo, anunciadas pelo governo após a conclusão da licitação.

Na época, a Lagardère ficou em segundo lugar. A empresa estava associada com a OAS e a Amsterdan Arena.

Lava Jato

Antes de ganhar a licitação para administrar o estádio, a Odebrecht participou da reforma do Maracanã. A construtora fez a obra junto com a Andrade Gutierrez. Para modernizar o estádio, o Estado pagou cerca de R$ 1,2 bilhões para as construtoras.

Em junho, executivos da Odebrecht afirmaram a procuradores da Lava Jato, em tratativas para negociar sua delação premiada, que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) cobrou propina em obras como o metrô e a reforma do Maracanã para a Copa de 2014. Ele nega.

Folhapress

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