Em reportagem o jornal tribuna do planalto revela que o governador do estado de Goiás ordenou aos auxiliares a elaboração e execução de obras na cidade de Goiânia. Entre as obras estão a construção de viadutos, do VLT, do CREDEQ, do HUGO noroeste e do centro de excelência. O pano de fundo dessas obras e mostrar ação do governo na cidade ontem a oposição tem liderança, com isso destaca a força de uma candidatura de Marconi Perillo a reeleição com informa o repórter Daniel Gondim.
Marconi prioriza Goiânia
Com popularidade em baixa na capital, governador quer resgatar prestígio com obras importantes. Além disso, estratégia é se fortalecer em um dos principais colégios dominados pela oposição
Daniel Gondim – Repórter de Política
Goiânia tornou-se a “menina dos olhos” do governador Mar¬coni Perillo (PSDB). Prova disso é que, dos grandes projetos anunciados pelo governo para os próximos dois anos, pelo menos seis deles estão na capital. O objetivo principal é oferecer melhorias para a população, mas, além disso, dar mais atenção para a cidade pode ser uma forma de neutralizar em parte a influência da oposição, que governa o município há 13 anos. Além disso, a região metropolitana da capital concentra, atualmente, o principal foco de resistência ao tucano, o que pode comprometer o projeto de reeleição da base aliada para 2014.
Um breve levantamento mostra que o governador está empenhado em realizar obras para a população goianiense (veja quadro). Na área de mobilidade urbana, estão previstas obras como a construção de viadutos nas saídas de Inhumas, Nerópolis e Trindade, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera, e a duplicação das GOs que ligam Goiânia a municípios da região metropolitana.
Na saúde, o governo quer construir o Hospital da Região Noroeste e o Centro de Recu¬peração para Dependentes Químicos (Credeq), que será em Aparecida, mas que irá abranger a população goianiense. Além disso, até projetos que estão parados e que geram desgaste para o governo estão entre os planos. É o caso da retomada das obras do Centro de Excelência do Esporte (o antigo Estádio Olímpico, demolido em 2006) e de uma reforma no Autódromo Inter¬nacional de Goiânia.
Com as obras, o governador irá atingir, de uma só vez, dois objetivos. O primeiro é conseguir mostrar serviço para a população de Goiânia, enquanto o segundo é diminuir a influência da oposição na capital. O atual prefeito, Paulo Garcia (PT), é um dos supostos pré-candidatos ao governo em 2014, podendo enfrentar o tucano, que deve buscar a reeleição. No momento, porém, há mais obras do Estado do que da Prefeitura, por exemplo.
Além disso, a oposição tem em Goiânia uma base eleitoral forte. Há 13 anos, PMDB e PT se revezam na prefeitura da capital, com os petistas comandando de 2001 a 2004, com Pedro Wilson, e de abril de 2010 até hoje, com Paulo Garcia. Já os peemedebistas governaram o Paço de 2005 a 2010, com Iris Rezende (PMDB), que também é o principal nome da opo¬sição em Goiás e adversário histórico do tucano.
O peemedebista, que foi derrotado pelo tucano em 2010, é sempre lembrado pelas obras que fez quando governador do Estado e, principalmente, pelos asfaltamentos promovidos em bairros da capital. Nesse sentido, projetos bem sucedidos do governador poderiam também ajudá-lo a ficar mais próximo de Iris nesse sentido.
Espaço
Embora na prática seja perceptível o jogo político por trás das obras estaduais em Goiânia, tanto o governo quanto a oposição tratam o assunto com naturalidade. “De forma nenhuma essas obras têm esse caráter eleitoral. Alguém tem coragem de questionar os problemas de trânsito que Goiânia enfrenta? A falta de mobilidade urbana é um problema gravíssimo aqui na capital, então eu acho natural que o governador dê atenção a isso”, defende o secretário de Meio Ambiente do governo, Leonardo Vilela (PSDB).
A oposição segue o mesmo caminho. “Pessoalmente, vejo com bons olhos se o governador conseguir fazer essas obras e não como uma forma de desconstruir o Paulo. Eu acho que ele já devia era estar fazendo tudo isso, pois a cidade precisa”, explica o vereador Carlos Soares (PT).
Internamente, porém, os dois lados tem opiniões mais fortes sobre a questão. No PT, há quem veja uma intenção clara do governo do Estado em buscar uma forma de rivalizar com a administração petista. Entre os aliados do governador, a avaliação é de que Goiânia tem muitos votos a serem disputados.
“É óbvio que Goiânia é uma caixa de ressonância para todo o Estado, mas um fator importante é que a eleição aqui está aberta. O Paulo venceu a eleição para a prefeitura com um porcentual que o Iris começaria (na eleição estadual), por exemplo”, analisa um deputado próximo ao governador.
Nesse sentido, portanto, a intenção do governador com as obras é capitalizar votos em 2014. No segundo turno de 2010, por exemplo, Iris Rezende venceu Marconi por uma diferença de pouco mais de 70 mil votos em Goiânia. Caso a análise do parlamentar esteja correta, seria possível diminuir ainda mais essa diferença.
Para isso, porém, o governo terá de correr contra o tempo. Das obras citadas, apenas os três viadutos já foram iniciados. O VLT, por exemplo, ainda não foi nem licitado, e o cronograma prevê a conclusão do projeto só em julho de 2015. O Centro de Excelência e o Hospital da Região Noroeste também estão em situação semelhante.
Ainda assim, aliados do governador estão otimistas com o que as obras podem render nas eleições de 2014. “Eu acho que essas obras todas podem fortalecer muito o governador na capital. O candidato a governador sempre tem essa dificuldade na capital, mas tenho certeza que com o Hospital da Região Noroeste, o Centro de Excelência e esses viadutos ele vai fortalecer bem o nome dele”, explica o presidente da Agência Goiana de Esportes e Lazer (Agel), Célio Silveira (PSDB) (veja entrevista completa na página 3).
Em Anápolis, tucano toca obras de grande impacto
Em Anápolis, o governador também adota estratégia parecida. A cidade, que é o terceiro maior colégio eleitoral do Estado, também é governada por um possível pré-candidato da oposição, o prefeito Antônio Gomide (PT), que sustenta altos índices de popularidade na cidade. Por isso, o governo do Estado também tem planos ambiciosos para o município, com a realização de duas obras de vulto.
A primeira é o Aeroporto de Cargas, que integra o projeto da Plataforma Logística Multi¬modal. Orçado em R$ 140 milhões, o projeto já está em construção e, segundo as expectativas do governo, deve ficar pronto em 2014. A outra obra prevista é Centro de Convenções de Anápolis, orçado em R$ 70 milhões e que será construído às margens da BR-153. A construção ainda não foi iniciada, pois depende da emissão de licenças ambientais, mas o governador já anunciou que planeja entregar a obra também no próximo ano. O Centro de Convenções em Anápolis é um promessa antiga do governador Marconi que ainda não saiu do papel.
Como está mais atrasada, a obra do Centro de Convenções demanda mais empenho do governo do Estado. Em janeiro, o presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón, esteve em Anápolis para se reunir com Gomide, buscando parceria com a prefeitura para dar agilidade à obra do Centro de Convenções.
Assim como em Goiânia, o governo terá de correr para entregar as obras dentro do prazo e não correr o risco de deixar os projetos inacabados, ocasionando desgaste. Alheio a isso, porém, tanto o Aero¬porto quanto o Centro de Convenções são iniciativas que visam manter a popularidade ao governador no município.
A importância de Anápolis é estratégica para o governador. No segundo turno de 2010, o tucano teve pouco mais de 82 mil votos de vantagem sobre Iris Rezende no município, compensando na cidade o mau desempenho em Goiânia. Para 2014, porém, a situação pode não ser a mesma.
O principal motivo é que, em 2010, Gomide só tinha pouco mais de um ano como prefeito. Agora, o petista tem altos índices de popularidade, o que pode atrapalhar o desempenho eleitoral de Marconi no município. Na eleição de 2012, por exemplo, o prefeito de Anápolis foi reeleito com quase 89% dos votos válidos.
Obras previstas para Goiânia
A última administração da base aliada do governador em Goiânia foi de 1997 a 2000, quando o prefeito foi Nion Albernaz (PSDB). De lá para cá, só a oposição comandou a prefeitura. O PMDB governou com Iris Rezende entre 2005 e 2010, e o PT, com Pedro Wilson de 2001 a 2004, e Paulo Garcia, desde 2010. Por causa disso, uma das intenções do grande volume de obras estaduais é neutralizar um pouco da influência oposicionista na capital. Confira as principais obras:
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VLT
A obra de maior impacto é também a que pode trazer mais dificuldade para o governador. Ainda sem estar licitado, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos tem um cronograma que, se cumprido à risca, será concluído só em 2015. Até lá, pelo investimento, que é de R$ 1,3 bilhão, e pela complexidade, a construção pode trazer mais desgastes do que benefícios.
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Hospital da Região Noroeste (Hugo 2)
A construção do chamado Hugo 2 foi uma das principais promessas de campanha de Marconi Perillo. Passados dois anos, porém, o hospital ainda não saiu do papel. Segundo informações, o projeto está em fase final de elaboração, faltando apenas detalhes. Há uma expectativa de que as obras sejam iniciadas em 60 dias.
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Duplicação de GOs nas saídas de Goiânia
Como forma de dar fluidez ao trânsito, o governo quer duplicar todas as saídas da capital. A GO-070, que liga Goiânia a Inhumas, já foi entregue. Na GO-040, entre a capital e Aparecida, as obras estão retomadas. Com o dinheiro do BNDES, estão previstas a duplicação da GO-403, até Senador Canedo, e da GO-020, até Bela Vista de Goiás.
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Construção de três viadutos
Em mais uma obra que promete melhorar o trânsito em Goiânia, a construção dos viadutos nas GOs 060 e 070, que ligam Goiânia a Trindade e Inhumas, respectivamente, foram iniciados em março. O outro, na GO-080, saída para Nerópolis, está em fase de licitação. A previsão para o tempo de serviço é de oito meses.
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Centro de Excelência do Esporte
Iniciada em 2006, a obra está parada desde 2009 por problema com o Ministério Público Federal e é um das que mais gera desgaste para a administração. Agora, o governo, por meio da Agetop, decidiu pela reconstrução completa do complexo, o que inclui também o Estádio Olímpico. Em fase de licitação, a previsão é de que as obras comecem até o meio do ano.
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Autódromo
O Centro de Recuperação para Dependentes Químicos será construído em Aparecida, mas vai atender toda a população da região metropolitana. Serão cinco em todo o Estado, mas o primeiro a ser construído é o aparecidense. A obra servirá como resposta do governo à crescente preocupação com as drogas, que têm aumentado na capital.
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Credeq
Em entrevista à Tribuna na última edição, o presidente da Agetop, Jayme Rincón, anunciou um projeto de melhorias no Autódromo Internacional de Goiânia. Dentre as mudanças, está a reforma da pista, construção de novos boxes e criação de um parque, além de iluminação do circuito externo para possibilitar a utilização do local por ciclistas.
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