O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), vai iniciar no segundo semestre a implantação de uma nova estratégia no combate ao Aedes aegypti: o Método Wolbachia. A ação será adotada inicialmente nos municípios de Valparaíso de Goiás e Luziânia, com apoio técnico da empresa Wolbito do Brasil, responsável pela maior biofábrica do mundo especializada na técnica.
A estratégia consiste na liberação dos chamados “Wolbitos”, mosquitos Aedes aegypti que carregam naturalmente a bactéria Wolbachia, capaz de bloquear a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. Ao se reproduzirem, os Wolbitos passam a bactéria para as próximas gerações. Com o tempo, a maior parte da população de mosquitos da região passa a ter Wolbachia, reduzindo de forma significativa a circulação dos vírus.
Apesar da redução de 69% nos casos em relação ao mesmo período de 2024, Goiás já notificou, somente este ano, mais de 123 mil casos de arboviroses, com 72.331 confirmações e 53 mortes. Outras 79 mortes ainda estão em investigação.
A subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, ressalta que o método é uma ação complementar. “Mesmo com a implantação dos Wolbitos, é fundamental que a população continue eliminando criadouros do mosquito. Os Wolbitos não têm diferenças perceptíveis em relação ao Aedes aegypti comum, por isso a prevenção deve continuar”, reforça.
A tecnologia, considerada segura, natural e autossustentável, é respaldada por estudos científicos e já foi aplicada em 14 países com resultados expressivos. No Brasil, cidades como Niterói (RJ) apresentaram redução de até 70% nos casos de dengue após a adoção do método.
Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a técnica foi desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, e não envolve qualquer tipo de modificação genética. Segundo a SES, os Wolbitos não são transgênicos e não representam risco à população nem ao meio ambiente.
O gerente de implementação da Wolbito do Brasil, Gabriel Sylvestre, explica que os impactos são geralmente observados já na estação seguinte à soltura dos mosquitos. “O tempo médio para uma avaliação mais ampla é de dois anos, mas os efeitos positivos costumam aparecer antes”, afirma.
A adoção do Método Wolbachia integra as ações contínuas de combate às arboviroses em Goiás e reforça o uso de soluções científicas e sustentáveis no enfrentamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
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