Na abertura do edital de chamamento público para a seleção de empresas interessadas em se instalar no Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira (Dianot), na manhã desta quinta-feira (7), em Aparecida de Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (UB) adotou um tom firme ao destacar o papel do Estado na defesa do setor produtivo. O ponto central do discurso foi a crítica à postura do governo federal sobre taxação dos EUA, que, segundo ele, penaliza diretamente os empresários goianos.
“Governar é negociar, é pacificar, é abrir portas e proteger quem gera emprego. Governar não é ficar sentado esperando o tempo passar. É sentar à mesa com o empresariado, com a Justiça, com a Assembleia, e construir alternativas reais para o Estado. É isso que estamos fazendo em Goiás”, disse Caiado diante de empresários, secretários e autoridades locais.
O governador enfatizou que, enquanto o Brasil enfrenta um momento delicado, com “quedas de braço por interesses eleitorais”, Goiás se destaca por ampliar mercados e buscar investimento estrangeiro. “Não cabe ao presidente da República restringir mercado. Cabe ampliar. O que estamos vendo são decisões que nos impõem taxas e sobretaxas que prejudicam nossa economia”, criticou.
Defesa do setor produtivo
Caiado destacou que está em diálogo constante com representantes internacionais para reverter taxações sobre exportações brasileiras, especialmente nos setores de pecuária de corte, açúcar, pescados e agricultura familiar, com impacto direto sobre Goiás.
“Tenho conversado toda semana com o Sr. Gabriel Maduro, representante da Embaixada Americana. Goiás sempre foi parceiro dos Estados Unidos e agora está sendo penalizado. Isso atinge quem produz, quem emprega, e não podemos aceitar calados”, afirmou.
O governador mencionou que, ainda nesta quinta-feira, participaria de uma reunião em Brasília com outros nove governadores para debater e questionar a falta de consulta aos Estados em decisões que impactam diretamente suas economias. “Eu sou governador de Estado. Tenho que zelar pela renda dos empresários e pela capacidade de comercialização do nosso povo. E para isso, o governo tem que ser criativo e ágil”, disse.
Goiás como referência
Durante o evento, Caiado ressaltou os números de solidez fiscal e os investimentos realizados em infraestrutura e logística para garantir competitividade ao setor produtivo. “Goiás tem hoje R$ 15 bilhões em caixa. É o Estado com maior liquidez do Brasil. Temos um fundo de equilíbrio fiscal com R$ 4 bilhões para garantir segurança econômica mesmo diante de imprevistos”, declarou.
Além disso, o governador destacou medidas como a criação de um fundo de direito creditório, com linha de crédito a juros subsidiados (10% ao ano), abaixo da taxa do BNDES e do FCO. “Criamos alternativas para os empresários continuarem produzindo, mesmo com um cenário adverso nacional. Isso é governar com responsabilidade”, reforçou.
Caiado também anunciou novos investimentos em infraestrutura em Aparecida de Goiânia, como duplicações viárias, asfaltamento e saneamento básico, totalizando mais de R$ 135 milhões em recursos estaduais.
Novos investimentos e mercado internacional
O Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira foi apresentado como um símbolo do avanço da industrialização goiana. Caiado aproveitou a ocasião para anunciar a visita de uma comissão japonesa ao Estado em 15 de agosto, que virá tratar de investimentos em logística, eletrificação rural e mineração de terras raras.
“Goiás tem hoje uma das maiores reservas de terras raras pesadas do mundo. É matéria-prima estratégica para baterias, energia solar, motores, tecnologia de ponta. Temos quatro áreas já mapeadas, e a Mina da Minasur já produz. Isso nos coloca no radar do mundo”, disse, orgulhoso.
Confiança e sucessão
Ao final do discurso, Caiado agradeceu aos empresários pela confiança no governo e reafirmou que o sucesso da gestão é fruto da transparência, responsabilidade fiscal e respeito ao setor produtivo. “Não tem jeito para quem é frouxo. Só não dá certo para quem governa com balcão de negócios. Aqui em Goiás, não tem propina, não tem negociata. Tem governo sério, com autoridade moral. E é isso que a população reconhece”, declarou, ao lembrar que seu governo tem 84% de aprovação popular.
O governador aproveitou ainda para reiterar publicamente o apoio à candidatura de seu vice, Daniel Vilela, à sucessão estadual: “Daqui a oito meses, vou entregar o governo a quem escolhi. Daniel tem ética, firmeza e vai seguir os princípios que plantamos”.
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