19 de dezembro de 2024
Brasil

Governador de Tocantins deve ser levado para depor

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), deverá ser levado pela Polícia Federal sob coerção para depor na Operação Reis do Gado, deflagrada nesta segunda-feira (28). A ordem ainda não foi cumprida porque o governador está em viagem.

A PF também cumpre nesta segunda-feira mandado de busca e apreensão no apartamento do pai do governador, o ex-deputado estadual Brito Miranda.

O ex-governador do Estado Siqueira Campos, filiado ao PSDB até março passado, também é alvo de um mandado de condução coercitiva para depoimento. Os policiais cumprem buscas no Palácio Araguaia, a sede do governo estadual, e estiveram pela manhã na casa do governador.

A operação foi deflagrada a partir de ordens expedidas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Segundo a PF, estão mobilizados 280 policiais para cumprir oito mandados de prisão temporária, 108 mandados de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína (TO), Goiânia (GO), Brasília e cidades do interior do Pará e de São Paulo.

A investigação apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro com “transações mobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais”, segundo a PF.

Em nota, a PF informou que a investigação apontou um suposto esquema de fraudes “em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos”.

O nome da operação é referência, de acordo com a PF, ao fato de os principais investigados “serem grandes pecuaristas no Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado”.

Segundo a PF, um dos casos sob investigação identificou que o comprador indicou ter adquirido um determinado número de cabeças de gado que sequer caberia na propriedade rural.

De acordo com a TV Anhanguera de Palmas (TO), a PF cumpre um mandado de prisão temporária emitido pela Justiça contra o secretário de infraestrutura do governo estadual, Sérgio Leão, e dois empreiteiros também foram alvos de conduções coercitivas.

OUTRO LADO

Em nota divulgada há pouco, o governo do Tocantins informou que o governador “determinou livre acesso às dependências da sua residência e do Palácio Araguaia, a fim de facilitar a ação da Polícia Federal”. Sobre a investigação, o governo informou ainda que “até o momento, tanto a PGE (Procuradoria-Geral do Estado) quanto o escritório de advocacia que representa Marcelo Miranda não tiveram acesso à decisão da Justiça”.


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