23 de dezembro de 2024
Tecnologia

Google lança no país pagamento via celular

Brasileiros que têm um smartphone com sistema Android a partir da versão 4.4 já podem substituir os cartões de plástico pelo celular na hora de pagar uma conta.

O Google lançou nesta terça-feira (14) no país seu sistema de pagamento por aproximação, o Android Pay.

O recurso, disponível na Play Store, funciona como uma carteira digital: o usuário cadastra cartões no aplicativo e conclui a compra apenas aproximando o celular da maquininha. Para transações acima de R$ 49, é preciso fornecer senha.

Podem se cadastrar clientes do Banco do Brasil (crédito e débito), da Caixa (débito), da Neon (débito) e dos emissores Porto Seguro (crédito) e Brasil Pré-Pagos (débito) com bandeira Visa. Em breve, o sistema aceitará clientes do Bradesco e cartões MasterCard.

Para funcionar, celular e maquininha precisam ter NFC (Near Field Communication), tecnologia que permite comunicação sem fio entre aparelhos. Segundo o Google, há cerca de 3 milhões de máquinas NFC no Brasil.

O que fica cadastrado no Android Pay é um número virtual criptografado e diferente do original do plástico. Caso o usuário perca o celular, ele pode bloquear sua carteira remotamente. “O recurso reduz fila e oferece uma transação mais limpa e simples”, diz Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.

O Android Pay foi lançado em 2015 nos Estados Unidos em resposta ao Apple Pay, que surgiu em 2014, mas não tem data para chegar ao Brasil. Por aqui, o BB oferece o serviço desde 2015, o Samsung Pay foi lançado em 2016 e o Santander entrou no segmento neste ano.

Cartões de débito e crédito responderam por 31% das transações no Brasil em 2016, segundo relatório da consultoria Boanerges & Cia, atrás do dinheiro (40%).

“A convivência [entre Google e BB] é harmônica, o cliente pode escolher. Em termos de faturamento, é tudo cartão BB, então é indiferente para nós”, diz Rogério Panca, diretor de meios de pagamento do banco. Segundo ele, 65 milhões de clientes terão acesso ao Android Pay.

Para as empresas de tecnologia, o serviço agrega valor a seus smartphones e sistemas operacionais. “O objetivo é fortalecer a base Android, não há geração de receita direta para o Google”, diz Coelho.

Apesar de a concorrência estar aumentando, o serviço enfrenta resistência, seja do consumidor ou das instituições. “Quando você sai do mundo físico para o virtual, melhora a velocidade, mas piora a segurança. O banco precisa se sentir seguro para aderir”, avalia Edson Luiz dos Santos, especialista do setor.

“O plástico não vai acabar. Mas as novas gerações tenderão a usar outras formas de pagamento”, afirma Percival Jatobá, vice-presidente de produtos da Visa.


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