20 de dezembro de 2024
Política

Golpe foi para acabar com conquistas da classe trabalhadora, diz Lula em SP

Movimentos de esquerda que participaram do ato contra a reforma da Previdência na avenida Paulista nesta quarta (15) aproveitaram o protesto para defender diversas outras bandeiras, desde a saída do presidente Michel Temer à volta de Dilma Rousseff.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou ao final da manifestação, convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Sob gritos de “olê, olê, olá, Lula, Lula”, ele disse que “está ficando cada vez mais claro que o golpe dado nesse país não foi apenas contra a Dilma, contra os partidos de esquerda”, mas também para “acabar com as conquistas da classe trabalhadora ao longo de anos, com a reforma trabalhista e da Previdência”.
“Quem pensa que o povo está contente está errado”, afirma Lula. “Esse povo só vai parar quando eles elegerem um presidente democraticamente”, afirmou.

Participaram também da manifestação centrais sindicais, como CUT, Conlutas e CGT, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), sindicatos de categorias como professores e bancários, militantes de movimentos negro, LGBT, feminista e anarquistas, entre outros.

A Força Sindical e a UGT, que participaram de paralisações durante a manhã, não participaram da manifestação à tarde. A reportagem apurou que as organizações orientaram os militantes a não irem para não “fortalecer o PT”.
O protesto começou às 16h e ocupou as duas faixas da avenida Paulista. A estimativa dos organizadores é que mais de 200 mil manifestantes tenham participado do ato. A Polícia Militar não fez medição do número de participantes.
Além da crítica à reforma da Previdência, os discursos também pediram greve geral, criticaram o racismo e o machismo e a saída do presidente, com gritos de “fora, Temer”.

Foi o primeiro ato unificado das duas frentes em 2017, que estiveram na linha de frente dos protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016. Além de São Paulo, manifestações ocorreram em diversas capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba e Recife.

Mais cedo, professores da rede estadual de São Paulo se concentraram na Praça da República, onde realizaram assembleia em que aprovaram greve entre os dias 28 e 31 de março. De lá, seguiram para o ato na avenida Paulista.
Além de rejeitar a reforma da Previdência, a categoria também crítica a reforma do ensino médio e pede reajuste salarial e a saída do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A manifestação transcorreu sem problemas e começou a se dispersar por volta das 19h40. Até as 20h, não houve confrontos com a polícia.


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