BEATRIZ CESARINI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Preso desde 2010, o goleiro Bruno pode deixar a prisão e partir para o regime semiaberto ainda neste ano de 2018. O atestado de pena foi atualizado, e o jogador poderá pedir a progressão de pena a partir do dia 24 de novembro.
Apesar de ter sido condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e pelo sequestro de Bruninho, o goleiro também vinha sendo condenado por ocultação de cadáver. No entanto, este último crime foi derrubado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em decisão que reduziu a pena para 20 anos e nove meses. A defesa sustenta que o jogador já cumpriu parte da pena e pede que o regime fechado passe para o semiaberto.
Caso a progressão seja confirmada, o goleiro passaria para prisão domiciliar, o que lhe daria o direito de trabalhar durante o dia e dormir em casa. Bruno havia deixado a prisão no dia 24 de fevereiro de 2017 após o ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter deferido um pedido de soltura feito pela defesa. Em seguida, o atleta assinou com o Boa Esporte, time de Varginha, que perdeu patrocinadores com a polêmica contratação. Antes, o jogador havia ficado preso por seis anos e sete meses.
No dia 25 de abril, a Primeira Turma do STF revogou a soltura de Bruno e, no mesmo dia, o atleta se entregou em uma delegacia em Varginha, mas foi liberado pela falta de um mandado de prisão. Dois dias depois, o jogador se apresentou na Delegacia Regional da cidade.
Para conseguir essa progressão, Bruno precisa ter cumprido sete anos da pena por homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e 6 meses e 15 dias por cárcere privado e sequestro do filho Bruninho. O total, portanto, dá 7 anos, 6 meses e 15 dias.
Essa progressão ainda pode ser recalculada. Segundo explicou o advogado que atualmente defende Bruno, Fábio Gama, o goleiro poderia ir para o semiaberto até em julho.
“Realmente o novo atestado de pena consta a progressão para novembro. Mas ainda faltam alguns meses de remissão da Nucap [Núcleo de Capacitação para Paz, em Varginha], onde ele está trabalhando desde o ano passado, que ainda não foram anexadas. Com essas remissões que ainda falta, pode ser que esse período chegue até anteriormente, em julho deste ano”, explicou Gama ao UOL Esporte.
Ainda para o advogado, Bruno poderia já até ter a progressão de pena. Isso acontece, porque a Justiça de Minas Gerais atendeu a um recurso do Ministério Público, no qual contestou o período que o goleiro trabalhou na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, em Santa Luzia e removeu 42 dias de remissão.
“Já estou recorrendo. Estou pedindo, aqui em Varginha, para que o juiz analise novamente essa questão do atestado.”
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