Com o objetivo de debater políticas, protocolos e boas práticas voltadas à proteção de estudantes, professores e servidores, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc/GO), realiza nos dias 9 e 10 de outubro o III Fórum Nacional de Segurança Escolar. O encontro acontece no Centro de Eventos Ipê, em Goiânia, e reúne autoridades, especialistas, gestores escolares e representantes de órgãos de segurança de todo o país.
“A intenção é mostrar o que cada Estado está fazendo para trabalhar com essa nova perspectiva que é tão ruim para a educação, que é a questão da indisciplina e da violência escolar”, destacou Fátima Gavioli, secretária de Educação de Goiás, em entrevista nesta manhã ao Diário de Goiás. Segundo ela, “há quatro anos estamos dedicando 30% do nosso tempo para tratar de indisciplina. O professor fica 30% do tempo dele lidando com a indisciplina em sala de aula. Eu, 30% das minhas atividades na gestão, lidando com violência escolar”.
O fórum conta com palestras, oficinas e debates com especialistas nacionais. Entre os confirmados estão Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação da Unicamp; Claudia Costin, presidente do Instituto Salto; Quésia Cabral, delegada da Polícia Civil do Pará; Mauro Ferreira Vilela, superintendente de Segurança Escolar da Seduc/GO; Wolney da Silva, comandante do Batalhão de Polícia Militar Escolar; e Marcelo Ribeiro da Cunha, gerente de Segurança Escolar da Seduc/GO.
Protocolos e soluções para a segurança escolar
O Coronel Mauro Vilela enfatizou que Goiás tem investido em ações concretas para garantir segurança dentro e ao redor das escolas. “Apresentamos nossas ações exitosas e fizemos com que o protocolo de segurança escolar criado fosse reconhecido nacionalmente. Ele orienta diretores, pais, alunos e conselhos tutelares sobre como agir diante de uma situação de violência”, explicou. Segundo ele, o protocolo também inclui atenção ao aspecto psico-socioemocional de alunos, servidores e familiares, por meio de programas como o “Ouvir e Acolher”, com apoio de CAPs e CRAs.
Para a secretária Fátima Gavioli, o envolvimento da polícia nas escolas é uma novidade que tem se mostrado eficaz. “Tirar a polícia da proteção ao cidadão para colocar a polícia perto da escola tem sido uma novidade. Nos últimos quatro anos, isso está ficando mais sério, mais forte”. Ela também destacou que, apesar dos avanços, “não temos como ficar vangloriando, porque não tem uma semana que não tenhamos brigas entre alunos ou conflitos com professores. Enquanto as famílias não retomarem o controle da criação dos filhos, isso não terá solução”.
Educação para a paz
Claudia Costin, presidente do Instituto Salto, acrescentou a importância de trabalhar a educação socioemocional e ética entre alunos. “A gente forma para a paz desenvolvendo nas crianças e adolescentes uma consciência de convivência pacífica, comunicação não agressiva e responsabilidade intergeracional. Mas isso precisa caminhar junto com mais qualidade na educação, porque, se eles não tiverem capacidade de leitura, pensamento crítico e raciocínio lógico, não teremos progresso nem convivência pacífica”.
Sobre o aumento da violência nas escolas, Costin alertou: “Infelizmente, a violência escolar cresce porque os adultos estão mais violentos. A escola não é impermeável ao que existe fora dela. Precisamos prestar atenção em como estamos educando nas famílias e nas escolas nossas crianças”.
Debates nacionais
O III Fórum Nacional de Segurança Escolar reúne representantes de 19 estados, que compartilham experiências e estratégias. Entre os temas discutidos estão protocolos de segurança, rotas de policiamento nas escolas, prevenção à indisciplina, manejo de situações de conflito e ações socioemocionais voltadas a alunos, pais e professores.
Segundo Coronel Mauro, “a escola é uma cidade dentro da cidade. Em nossas escolas, que vão de 200 a 3 mil alunos, o espaço precisa ter segurança não só dentro, mas também no perímetro escolar, e a Secretaria de Segurança Pública nos apoia muito nisso, porque não somos onipresentes”.
O fórum, promovido em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, a Superintendência de Segurança Escolar e Colégios Militares, e a Diretoria de Políticas da Seduc/GO, busca consolidar uma cultura nacional de segurança nas escolas, com protocolos claros, prevenção à violência e educação para a paz.
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