Goiás não teve queimadas em unidades de conservação ambiental na última semana, conforme informou na noite desta segunda-feira (13) o boletim divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O levantamento é realizado pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).
Segundo o relatório, no entanto, em relação à semana anterior, houve um aumento de 45% no número de queimadas registradas, de 51 para 74. A principal preocupação da Semad, hoje, é a região Sudoeste, que sozinha concentrou 47% dos focos, 35 dos 74. O município de Turvelândia liderou o registro de queimadas, com sete casos.
Goiás já ultrapassou a barreira dos 50 dias sem chuvas e mantém uma média de umidade relativa do ar entre 20% a 30%. Segundo André Amorim, gerente do Cimehgo, as projeções dos satélites apontam para uma manutenção da seca e da baixa umidade para as próximas semanas. “O momento é de redobrar o alerta para as queimadas nas regiões urbanas, que pioram significativamente a qualidade do ar. Em tempos de pandemia, com o sistema hospitalar sobrecarregado, o cenário demanda mais atenção coletiva”, afirma.
As informações do Boletim Queimadas levam em consideração dados obtidos por meio do satélite de referência aqua (M-T), instrumento em que os focos de calor detectados são utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como referência de dados oficiais. Os focos de queimadas em áreas urbanas são detectados pelo satélite NPP-375.
Realização de aceiros
Equipes da Semad e brigadistas da Aliança da Terra estão na Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto para orientar produtores rurais a respeito da realização de aceiros para prevenir incêndios. Conforme norma da pasta, de 29 de junho, há autorização para realizar aceiros de forma desburocratizada. O fogo poderá ser empregado até o dia 20 de julho, mas as ações com maquinário poderão ser feitas até 30 de agosto.
O grupo tem feito visitas a áreas consideradas estratégicas para o combate aos incêndios na região, entre fazendas, áreas públicas e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Segundo a secretária Andréa Vulcanis, o principal objetivo do trabalho é criar uma relação de confiança com os proprietários rurais.
“O ideal é que todos estejam unidos em prol da preservação do meio ambiente e da construção de um modelo sustentável na região. Então, nosso trabalho é levar as informações, orientar, ouvir as demandas e estreitar as relações entre governo e cidadão”, afirma. “Muitos estão ali há algumas gerações, têm conhecimentos importantes que auxiliam nossos técnicos na elaboração de planos de prevenção e de combate às queimadas”, completa.
A partir das visitas, a intenção da Semad é também construir uma agenda específica de desenvolvimento sustentável na região, utilizando as informações colhidas entre os produtores e proprietários rurais.
Leia mais sobre: queimadas / Semad / Cidades / Destaque 3