Em 2021, o estado de Goiás deve produzir cerca de 212 mil sacas de café. É o que aponta o 3º Levantamento da Safra 2021 do produto, que foi divulgado nesta terça-feira (21), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Goiás produz apenas a variedade arábica. Ainda de acordo com a divulgação, as lavouras alcançaram uma área de produção de 5.803 hectares, com uma produtividade média de 36,5 sacas por hectare.
Os dados da Conab mostram também uma queda na produção deste ano em relação ao ano anterior, um decréscimo de 14,4%. A explicação seria por causa da especificidade da planta, que é possui característica da bienalidade, ou seja, em um ano a cultura produz maior número de frutos, isso exige mais nutrientes da planta, portanto atinge o ano subsequente.
No entanto, além disso, a Conab também aponta outros fatores que interferiram na produção do café no estado, como reflexos do clima, sobretudo o baixo nível de chuva e a elevação da temperatura média. Conforme aponta o boletim, esses fatores podem impactar ainda a recuperação vegetativa das plantas para a próxima temporada.
Falando dos números Brasil afora, a produção deste ano também teve decréscimo, como aponta o levantamento. A estimativa para a safra nacional, em 2021, é de 46,8 milhões de sacas beneficiadas, com variação negativa de 25,7%. Em termos de variedade são esperadas, no país, 30,7 milhões de sacas beneficiadas de café arábica (redução de 36,9%) e 16,1 milhões de sacas beneficiadas de café conilon. No caso do conilon, a variação é positiva de 12,8% em relação à safra 2020. No entanto, Goiás não produz essa variedade.
“Quando olhamos apenas os números, sem entender como a planta se desenvolve, pode parecer que o cenário não está favorável aos produtores do café. Mas é preciso conhecer a dinâmica da planta, que apresenta essa bienalidade que faz com que ano sim, ano não, ela produza de formas diferentes”, explica o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça.
O secretário Mendonça explica ainda que o ano é de recuperação aos cafeeiros, por isso há uma queda natural nos números.
“Neste ano, os cafeeiros estão se recuperando da produção da safra passada, o que faz diminuir esses números. Mas é preciso avaliar que é uma cultura relevante para os nossos produtores e que precisa de atenção, como o caso da assistência técnica promovida por entidades como a Emater e o Senar”, explica.
No caso do atendimento ao mercado, por outro lado, o café está em um bom momento com as exportações aquecidas, o que deve propiciar o setor a se desenvolver. No ano passado, o país exportou 43,9 milhões de sacas de 60 quilos. E, em 2021, o volume exportado no acumulado dos oito primeiros meses atingiu patamar mais elevado do que o mesmo período do ano passado, chegando a 28,4 milhões de sacas de 60 quilos em equivalente de café verde (aumento de 8,7%).
Em Goiás, na safra 2020, conforme dados publicados na Radiografia do Agro em Goiás, com informações do Ministério da Economia, o Estado exportou 11,7 mil toneladas, sendo a maior parte de café verde (99,17%), com poucos registros de café solúvel (0,79%) e café torrado (0,045).
Os principais destinos do café goiano foram Alemanha (45,7%), Estados Unidos (17,3%), Países Baixos (7,9%), Itália (6,2%) e Colômbia (5,5%). No total, foram US$ 25,9 milhões em exportações de café em 2020.
Já em relação a 2021, de janeiro a agosto, segundo dados do Comex Stat, o Estado já exportou 4,8 mil toneladas de café verde, o que representa US$ 12,6 milhões.
“Quando o olhar se volta ao mercado, é ainda mais importante ver que o café compõe a pauta de exportações do agro goiano. Há demanda por este produto, que é comprado inclusive por países que processam o grão e agregam valor em elevados níveis internacionais. Para o estado, é uma janela de oportunidade”, conclui o secretário Mendonça.