Em meio a uma crise de água no país, o Diário de Goiás procurou a Saneamento de Goiás S. A. (Saneago) para saber como estão os níveis dos reservatórios de água no Estado. De acordo com o especialista em Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Planejamento Urbano, o engenheiro agrônomo Henrique Luiz Araújo Costa, em relação à água tratada, de uso domiciliar, os reservatórios estão, em média, com nível de água controlado. Em relação à água bruta, ainda sem tratamento, os reservatórios também estão em boas condições para abastecer o Estado.
– “Hoje temos em operação o reservatório do Ribeirão João Leite para abastecer o Estado. Já o Corumbá IV, terá captação destinada para Luziânia e uma parte de Brasília. À medida que o João Leite vai enchendo, é prestado esse serviço de abastecimento a Goiás, principalmente à Goiânia”, disse.
Além disso, Henrique explicou que a utilização dos recursos do Ribirão João Leite trouxe mais qualidade à água do Rio Meia Ponte. Isso fez com que fossem evitadas crises de abastecimento de água em Goiânia, como aconteceu no ano de 1999.
– “Só não temos a captação de água ainda, mas o João Leite possui bons níveis de água, sem grandes dificuldades de utilização”, afirmou.
Quantidade de chuvas
De acordo com o engenheiro agrônomo, a quantidade e qualidade da água nos reservatórios dependem do nível de chuva no Estado. E, claro, isso influencia no abastecimento público. No entanto, não há riscos de haver uma crise de falta de água em Goiás, segundo Henrique.
– “Tivemos um situação assim em 1999, quando houve um período maior de estiagem. Mas hoje, apesar de não termos uma quantidade de chuva satisfatória, estamos com certo conforto em relação à água dos reservatórios”.
Aproveitando a entrevista concedida ao Diário de Goiás, o especialista em Recursos orientou que a população goiana use este momento em que São Paulo está dando o exemplo, a partir da falta de água no Estado, e se prepare para economizar a água que ainda temos em “abundância” hoje.
– “Precisamos aprender a usar a água sem desperdício para a nossa própria evolução, com medidas de curto prazo, mas também a médio e longo. Com isso, as indústrias, agricultura e toda a sociedade que precisa de água, adotar medidas tecnológicas de imediato”.
Medidas necessárias
Henrique Luiz informou que a Saneago já providenciou a execução de diversas medidas de médio e longo prazo que auxiliam na manutenção de água nos reservatórios. Uma delas é a realização de parcerias com o poder público para investimento na revitalização de bacias hidrográficas.
– “São projetos de conservação de solos, com a construção de curvas de nível, que retêm a água e alimentam as nascentes. Assim como reflorestamento e boas práticas de agropecuária. É muita coisa que deve ser feita. Estamos buscando parcerias com o poder público sobretudo com a Emater [Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária] para desenvolver os projetos”.
Segundo o engenheiro agrônomo, a Saneago projeta ações que poderão ser executadas até com recursos do governo federal. Além disso, Henrique Luiz comentou que há cidades goianas que sofreram com falta de água há alguns anos, mas que com o investimento correto para revitalização de bacias hoje não falta mais.
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