Uma formação geológica inédita no país, conhecida como “chaminés de fada”, foi identificada no nordeste de Goiás, no município de Campos Belos, por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). A descoberta, considerada de grande relevância científica, marca a primeira ocorrência desse tipo de estrutura em território brasileiro.
As chaminés de fada, também chamadas de demoiselles são torres naturais de rocha esculpidas por um processo chamado erosão diferencial. Segundo a geóloga Joana Paula Sánchez, coordenadora do Laboratório de Geologia e Áreas Turísticas da FCT-UFG, o fenômeno ocorre quando uma camada de rocha mais resistente protege o material mais frágil abaixo, criando o formato de colunas que parecem equilibrar uma pedra sobre a outra.
O achado foi feito em uma área particular da Serra Geral de Goiás, próxima à divisa com Tocantins e Bahia, e ainda não está aberta à visitação pública. O local, de paisagem avermelhada e árida, foi apelidado por moradores e pesquisadores de “Vale de Marte”, pela semelhança com a superfície do planeta vermelho.
A descoberta foi inicialmente divulgada pela Folha de S.Paulo, que destacou o ineditismo e o potencial científico e turístico da região. Estruturas semelhantes são encontradas em pontos turísticos famosos como a Capadócia (Turquia) e o Bryce Canyon (Estados Unidos), o que reforça o valor geológico e visual do local goiano.
Condições únicas em solo goiano
De acordo com o estudo preliminar conduzido pela equipe da UFG, as condições geológicas e climáticas da região foram determinantes para a formação das chaminés. O solo é rico em arenito, e o relevo sofre intensa ação de ventos e chuvas sazonais, fatores que favorecem a modelagem diferencial das rochas ao longo do tempo. Os pesquisadores agora trabalham em uma análise detalhada da composição mineral e da cronologia da formação, com o objetivo de determinar a idade e o processo exato de origem das chaminés.
“Vale de Marte” desperta curiosidade e interesse turístico
Além da relevância científica, o Vale de Marte tem chamado a atenção de moradores, fotógrafos e aventureiros. A paisagem, composta por rochas avermelhadas, cânions estreitos e torres naturais, ganhou popularidade nas redes sociais e já desperta discussões sobre potenciais ações de preservação e turismo sustentável.
Embora o local ainda não esteja aberto à visitação pública, a equipe da UFG defende que futuras políticas de proteção ambiental e gestão turística sejam debatidas antes de qualquer exploração da área.
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