05 de dezembro de 2025
Saúde Pública • atualizado em 10/11/2025 às 20:02

Goiás adota ‘Semana Protegida’ entre hospitais de urgência para combater superlotação

Iniciativa da Secretaria da Saúde reorganiza fluxos assistenciais nos principais hospitais do Estado e já apresenta resultados positivos, como o fim de pacientes em corredores no Hugo
A iniciativa tem como objetivo garantir tolerância zero à superlotação, reorganizando fluxos assistenciais e otimizando o uso dos leitos hospitalares. (Foto: SES).
A iniciativa tem como objetivo garantir tolerância zero à superlotação, reorganizando fluxos assistenciais e otimizando o uso dos leitos hospitalares. (Foto: SES).

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) deu início à implantação de um sistema de rodízio entre os quatro maiores hospitais de urgência da rede estadual, dentro da estratégia denominada Semana Protegida. A iniciativa tem como objetivo garantir tolerância zero à superlotação, reorganizando fluxos assistenciais e otimizando o uso dos leitos hospitalares.

O sistema funciona de forma que cada unidade hospitalar tenha, durante uma semana, uma pausa nos atendimentos encaminhados pela Central de Regulação Estadual, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros. Nesse período, o foco se volta à realização de cirurgias eletivas e à resolução de demandas internas, sem prejuízo ao atendimento de especialidades de referência.

As unidades participantes são:

  • Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia;
  • Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), também em Goiânia;
  • Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana), em Anápolis;
  • Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa), em Aparecida de Goiânia.

Resultados concretos e hospitais “sem pacientes em corredores”

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, a medida tem apresentado resultados concretos desde a fase inicial, implementada no Hugo. “Os hospitais também ficam doentes nos seus fluxos e processos, e a superlotação é o sintoma dessa doença. O rodízio é o tratamento que encontramos para dar um respiro a cada unidade, permitindo que elas operem com qualidade e segurança”, explicou.

O Hugo, primeiro hospital a testar o modelo, já completa mais de 20 dias sem pacientes em corredores, reflexo direto da reorganização dos processos internos.

Avanços na rede e aumento da resolutividade

Com a expansão da Semana Protegida para as demais unidades, os resultados continuam positivos. Entre 3 e 9 de novembro, quando o Hugol foi a unidade protegida, 63 cirurgias eletivas e 368 de urgência e emergência foram realizadas. Além disso, houve redução da taxa de ocupação de leitos e ausência de pacientes nos corredores.

“Estamos trabalhando para que nenhum hospital volte a ter pacientes nos corredores. Cada pausa representa um passo na reorganização da rede e na ampliação da capacidade de atendimento à população”, afirmou Rasível.

O secretário destacou ainda que nenhuma unidade deixa de atender casos de referência durante a semana de pausa. “As cirurgias em geral, neurocirurgia adulto, vascular e bucomaxilofacial são serviços ofertados em comum nas quatro unidades. Assim, conseguimos desviar o fluxo temporariamente, proteger uma unidade e resolver as demandas internas, liberando leitos e ampliando o atendimento”, completou.

Integração e eficiência na rede hospitalar

A avaliação e o encaminhamento dos casos continuam sendo realizados pela Central de Regulação Estadual, em conjunto com o Samu e o Corpo de Bombeiros, garantindo que cada paciente seja direcionado ao hospital de referência conforme a gravidade e a especialidade necessária.

Entre os resultados esperados com a implantação do rodízio estão a melhoria da integração entre os hospitais estaduais, redução da superlotação e do tempo de espera, além de maior eficiência na gestão de leitos oferecendo um atendimento mais ágil, organizado e seguro à população goiana.


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