05 de dezembro de 2025
Transformações Sociais • atualizado em 05/11/2025 às 10:34

Goiás acompanha tendência nacional de redução no tamanho dos lares, aponta Censo 2022

As famílias com seis ou mais membros tiveram a queda mais acentuada, passando de 4,3% em 2010 para 2,4% em 2022
Famílias com duas pessoas já são maioria em Goiás, mostra levantamento do IBGE. Foto: Roberta Aline/ MDS.
Famílias com duas pessoas já são maioria em Goiás, mostra levantamento do IBGE. Foto: Roberta Aline/ MDS.

A estrutura familiar em Goiás vem passando por uma transformação significativa na última década. Dados do Censo Demográfico 2022 – Nupcialidade e Família, divulgados pelo IBGE, revelam que o tamanho médio das famílias goianas diminuiu de forma expressiva entre 2010 e 2022, acompanhando a tendência nacional de lares cada vez menores e mais diversificados.

Em 2022, as famílias com apenas duas pessoas tornaram-se as mais comuns no Estado, representando 38,8% do total, o equivalente a 643,2 mil famílias. Doze anos antes, esse percentual era de 29,7%. O índice é ligeiramente superior à média brasileira (38,5%), evidenciando um novo padrão de convivência em Goiás.

No sentido oposto, os lares numerosos estão cada vez mais raros. As famílias com seis ou mais membros tiveram a queda mais acentuada, passando de 4,3% em 2010 para 2,4% em 2022. Já aquelas com cinco integrantes caíram de 10,2% para 7% no mesmo período. “A tendência de famílias menores reflete transformações sociais e econômicas profundas, como o adiamento do casamento, a redução da fecundidade e o aumento da independência individual”, destaca o levantamento.

Entre os municípios goianos, Mairipotaba lidera o ranking de lares com duas pessoas (56,5%), seguido por Córrego do Ouro (54,4%), Adelândia (53,3%), Aloândia (53,2%) e Guaraíta (52,6%). O próprio Mairipotaba registrou o maior avanço percentual no estado, já que em 2010 apenas 35,7% das famílias locais tinham esse perfil.

Por outro lado, os maiores percentuais de famílias numerosas, com seis ou mais integrantes concentram-se em São João d’Aliança (7,1%), Teresina de Goiás (6,9%), Vila Boa (6,9%), Cavalcante (6,8%) e Flores de Goiás (6,5%). Cavalcante, contudo, teve a maior redução proporcional desse tipo de arranjo, caindo de 16,7% em 2010 para 6,8% em 2022.

Estruturas familiares mais diversas

Apesar da diminuição no tamanho médio dos lares, o modelo “casal com filhos” ainda é o mais frequente em Goiás, correspondendo a 42,2% das famílias (700,3 mil). Em seguida aparecem os casais sem filhos, que somam 25,8% (427,7 mil). As famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge com filhos também representam uma parcela relevante: 12,1% do total (200 mil famílias), número semelhante à média nacional.

Os municípios com maior presença de casais com filhos são Chapadão do Céu (56,1%), enquanto Mairipotaba (31,2%) e Pilar de Goiás (29,9%) apresentam os menores índices. Já Teresina de Goiás lidera o percentual de famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge e com filhos (17,4%).

Escolaridade e renda: fatores que moldam o lar

Mais de um terço dos chefes de família goianos (34,3%) não completaram o ensino fundamental. O nível superior completo é realidade para 16,4% dos responsáveis, ligeiramente abaixo da média nacional (17,7%). Entre as famílias de renda mais baixa, de até um salário mínimo per capita, predominam os arranjos de casal com filhos e mulher sem cônjuge com filhos, representando 52,3% do total no Estado.

Já nas famílias em que o responsável possui ensino superior, o padrão tende a ser menor: os lares compostos por casais com ou sem filhos são os mais comuns, refletindo o impacto da escolaridade sobre o tamanho e a estrutura familiar.

Mudanças culturais e sociais

Os dados do IBGE também apontam para transformações no comportamento conjugal. Em Goiás, 52,4% da população com 10 anos ou mais vive em algum tipo de união, superando a média nacional (51,3%). A união consensual sem formalização civil ou religiosa é a mais frequente, especialmente entre pessoas de menor escolaridade e renda mais baixa.

Essas mudanças refletem o avanço da autonomia feminina, o aumento de casais sem filhos e o crescimento das famílias unipessoais, em que apenas uma pessoa vive no domicílio. “Os novos formatos de convivência mostram um estado em transformação, onde o conceito de família se adapta às realidades econômicas, educacionais e culturais do século 21”, resume o levantamento.


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