15 de outubro de 2024
ELEIÇÃO MUNICIPAL

Goianiense vê Rogério Cruz péssimo em todas as áreas, aponta Atlas Intel

Nenhuma área é indicada como ruim, regular boa ou ótima, somente péssimas. Na saúde, o péssimo chegou a 78pp e na limpeza a 72pp; nem evangélicos o pouparam
Entrevistados não pouparam e só classificaram áreas como péssimas - Fotomontagem: arquivo DG
Entrevistados não pouparam e só classificaram áreas como péssimas - Fotomontagem: arquivo DG

Faltando 77 dias para o fim do seu mandato, o atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), amarga um final de experiência no Executivo com avaliação péssima em todas as áreas. Foi o que mostrou a pesquisa Atlas Intel divulgada na segunda-feira (14) em questões sobre Cruz – prefeito que ascendeu ao cargo por ser vice do ex-governador Maguito Vilela, que morreu em janeiro de 2021, vítima de Covid-19, logo após ser eleito em Goiânia.

Da saúde, limpeza pública, educação e transporte, até obras e pavimentação, Rogério Cruz tem imagem péssima acima de 30 pontos percentuais (pp) – e nenhuma área é indicada como ruim, regular, boa ou ótima. Na saúde, o péssimo chegou a 78pp e na limpeza a 72pp.

Além disso, Rogério Cruz encerra sua passagem pelo Paço Municipal desaprovado por mais de 80% dos entrevistados em todos os gêneros; faixas etárias, de escolaridade ou de renda; e religiões, inclusive evangélicos como ele, com 85,5% de reprovação.

Pesquisa reflete parte da realidade e rejeição pessoal, dizem analistas

O jornalista Altair Tavares, comentarista de política, pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e editor-chefe do Diário de Goiás, avalia o resultado como previsível diante de algumas situações vividas pela atual gestão. A primeira é a crise na saúde, com diversos problemas relativos a repasses de dinheiro para unidades, levando ao colapso parte do sistema.

“É fato que a saúde é um setor mais preocupante, muito relevante, e isso é mostrado na pesquisa [refletindo] uma situação grave, com problemas de pagamento a unidades de saúde. Prestadores de serviço com problemas de recebimento. Unidades de saúde com problema de funcionamento”, observa por um lado. Por outro, ele considera que surgiu uma rejeição à pessoa do prefeito.

“Entra uma questão crítica, que deve ser avaliada, e que mistura muito mais a imagem negativa pessoal do prefeito, do que o serviço efetivamente prestado. Por exemplo, o asfaltamento em Goiânia e a limpeza da cidade já estiveram em condições piores. Então penso que nessa avaliação o eleitor está sendo muito rigoroso com a própria imagem geral do prefeito Rogério.”

Demora em resolver problemas da cidade

Outro que analisou a constatação da pesquisa sobre o atual prefeito a pedido do DG foi o cientista político e professor Pedro Célio Borges. Para ele, a avaliação ruim do prefeito Rogério Cruz também não surpreende.

“Isso vem sendo sedimentado junto à população Goianiense. Já há algum tempo formou-se uma imagem de opinião pública péssima quanto ao desempenho de Rogério Cruz na administração. A rigor, ele só começou a trabalhar na área de infraestrutura urbana com alguma solidez, alguma consistência, no último ano de mandato. Antes disso, tudo que o Rogério Cruz punha a mão não estava dando certo”, avalia o professor.

Ele acrescenta que vivenciou de perto alguns dos imbróglios. “Eu sou morador da região Norte e posso atestar isso com a demora que foi no BRT. Ele já pegou com nove anos de demora e estendeu mais um tempão. E também na recuperação do asfaltamento dos bairros da região Norte, especialmente da Avenida Perimetral Norte, que era um trabalho que as pessoas supunham que seria feito em um mês. Demorou mais de seis meses, foi um transtorno geral na região”, exemplificou.

Dados da pesquisa

O instituto entrevistou 1.204 eleitores, via Recrutamento Digital Aleatório, entre 8 e 13 de outubro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (GO-08079/2024.) A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.


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