05 de dezembro de 2025
RETOMADA IMPORTANTE

Goiânia retoma cirurgias cardíacas infantis após dois anos de paralisação

Hospital da Criança fará 15 procedimentos mensais pelo SUS; 181 crianças aguardam na fila por cirurgia cardíaca
Prefeito e diretora do Hospital da Criança explicam a retomada das cirurgias Fotomontagem DG
Prefeito e diretora do Hospital da Criança explicam a retomada das cirurgias Fotomontagem DG

A Secretaria Municipal de Saúde retomou nesta segunda-feira (30) as cirurgias cardíacas para crianças, um serviço que para o desespero das famílias, estava suspenso havia dois anos na rede da capital. Existem 181 pacientes infantis na fila de espera pelos procedimentos cardíacos, número que pode ser maior.

O anúncio foi feito pelo prefeito Sandro Mabel nesta segunda. “Talvez nem todas precisem fazer a cirurgia, mas nós vamos iniciar a consulta, os exames, se necessário, a cirurgia, e depois também o acompanhamento pós-operatório”, destacou ele. 

A previsão é de realizar 15 cirurgias por mês inicialmente, afirmou ele. “Nós vamos recomeçar com o Hospital da Criança, que tradicionalmente é parceiro do SUS e não fez [mais as cirurgias] porque não pagavam mais, não repassavam mais o dinheiro”, citou, fazendo referência à gestão anterior à dele.

Conforme explicou Mabel, há uma programa do Sistema Único de Saúde (SUS) com “uma condição melhor para cirurgia e anestesia também”, disse, acrescentando que isso permite iniciar com a previsão de 15 procedimentos cardíacos em crianças por mês pelo SUS.

Segundo o prefeito, quando a fila estiver controlada, a rede municipal absorver alguns casos do interior goiano. “Conforme vai tendo volume e tenha as condições de fazer essas cirurgias (…) condições de atender também pacientes de fora, [mas] logicamente nós estamos priorizando a nossa rede de Goiânia”. Ele completou lembrando a relação de parceria com o governo do Estado.

A regulação para essas cirurgias cardiopediátricas vai continuar com o município. O prefeito confirmou que os recursos para essa estratégia saem do Governo Federal. Ele enfatizou que o serviço é pago pelo SUS, “inclusive com incremento para que se possa fazer essas cirurgias num valor que os hospitais aceitem fazer”, acrescentou, citando que são procedimentos delicados.  E o custo todo é coberto pelo Sistema, desde a consulta, exames, cirurgia, pós-operatório, exames pós-operatórios, e o acompanhamento posterior.

“É um pacote reforçado que o Governo Federal está fazendo”, pontuou. Segundo ele, também está sendo acelerado o acesso aos recursos do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE). O prefeito avalia que o momento é de convencimento dos hospitais privados para reaver a confiança no sistema, abalada pela terrível crise vivida na gestão anterior, e assim reduzir as filas de espera de modo geral.

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Paula Pires, diretora-clínica do Hospital da Criança comentou a retomada dos procedimentos considerando produtivo que a própria Secretaria Municipal de Saúde faça a triagem inicial dos 181 que estão na fila.

“Pode ser que elas não tenham indicação cirúrgica neste momento, talvez não se saiba qual é a condição de cada criança.  Mas essas crianças vão passar por consulta, previamente já triadas, daqueles diagnósticos que nós escolhemos junto com a Prefeitura para iniciar, que são diagnósticos que causam grande problema para as crianças no atraso das cirurgias”, observou.

Conforme a diretora, as mais urgentes serão cirurgias que vão ter impacto na melhor qualidade de vida nessas crianças no futuro. “Então, nós estamos operacionalizando, as primeiras crianças já vão ser consultadas, talvez no mais tardar, no começo da semana que vem, mas a gente já começa a admitir essas crianças para agendar cirurgias, que são cirurgias eletivas, crianças que estão em casa”, disse ainda.

Ela acrescentou que os exames pré-cirúrgicos deverão ser feitos no mesmo lugar onde a cirurgia vai acontecer,  facilitando o processo. “A gente vai ter um prontuário único para essa criança, para que ela seja atendida do começo ao fim lá no hospital”. O Hospital da Criança, destacou Paula Pires, é uma unidade referência na realização desse tipo de procedimento cardíaco infantil, há muitos anos.


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