04 de dezembro de 2025
EVOLUÇÃO DO SUBSÍDIO • atualizado em 12/08/2025 às 14:54

Goiânia é a segunda em subsídio ao transporte coletivo, aponta Anuário NTU

Capital goiana fica atrás apenas de Brasília em participação de recursos públicos no custeio do transporte por ônibus
Edmundo Pinheiro presidente do Conselho Diretor da NTU - Foto: Altair Tavares / DG
Edmundo Pinheiro presidente do Conselho Diretor da NTU - Foto: Altair Tavares / DG

Goiânia figura como a segunda capital do país com maior participação estadual no custeio do transporte coletivo por ônibus, de acordo com o levantamento mais recente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), o Anuário NTU 2024-2025, lançado em julho. Apenas Brasília recebe mais, com aporte proporcionalmente maior do Governo do Distrito Federal (GDF) no financiamento do serviço.

A expressiva participação financeira de recursos públicos no subsídio dos custos tem contribuído para manter a tarifa mais estável e acessível, além de reforçar a sustentabilidade do sistema. O assunto foi um dos temas de um seminário nacional da NTU nesta terça-feira (12), em Brasília, conduzido pelo presidente do Conselho Diretor da associação, o empresário Edmundo Pinheiro, do grupo goiano HP Transportes. e acompanhado pelo editor-geral do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares.

No caso de Goiânia, a tarifa paga pelos usuários do transporte público na Região Metropolitana custa R$ 4,30 desde 2019 – enquanto a chamada tarifa técnica, ou custo real, passou de R$ 9,38 no ano passado, para R$ 12,51 em maio último.

A diferença no valor desembolsado pelo usuário e o valor real, foi suprida justamente por mais repasses pelos governos estaduais e municipais para equilibrar os custos do sistema. Atualmente, eles se dividem em 41% para o governo do Estado e outros 41% para a Prefeitura de Goiânia, enquanto as prefeituras de Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira repassam respectivamente 9,4%, 4,8%, 2,1% e 1,2%.

O anuário aponta a tendência do subsídio se confirmando desde 2019. Atualmente, 395 cidades brasileiras oferecem algum tipo de subsídio ao transporte coletivo por ônibus, alcançando 15% dos sistemas organizados de transporte coletivo por ônibus.

Cidades com transporte subsidiado:

  • 20 capitais e 7 regiões metropolitanas
  • 15% do total de cidades brasileiras que possuem sistemas
  • O total de 2.703 cidades usam recursos públicos para reduzir a participação das tarifas públicas no custeio do serviço
  • 47% da população brasileira reside em cidades com sistemas de transporte público por ônibus subsidiados.

Tarifa zero também chama a atenção, mas Goiás não entra

Outro dado relevante é o avanço da política de tarifa zero, já adotada por mais de 150 cidades brasileiras. Embora predominante em municípios de pequeno e médio porte, a medida também marca presença em cidades maiores, como Maricá (RJ), e se destaca pelos impactos positivos na inclusão social e no acesso à mobilidade.

O estudo ressalta, porém, que o modelo exige forte aporte de recursos públicos e ajustes operacionais para evitar sobrecarga no sistema.

De todo modo, a NTU tem debatido novas formas de financiamento do setor, diante de um cenário da crescente adoção da tarifa zero, a realidade dos subsídios, bem como a descarbonização da frota nacional de ônibus urbanos.

No final do ano passado, a NTU apresentou à Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob), vinculada ao Ministério das Cidades, um documento contendo propostas e sugestões para serem consideradas ao plano de trabalho da Semob, no biênio 2025–2027, sendo que os recursos extra-tarifários para custeio estão inclusos.

Além disso, a associação apontou questões sobre governança e institucionais; à renovação e modernização da frota de ônibus urbano; e aos investimentos em infraestrutura.

As sugestões incluem atuação ativa da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (SEMOB) no Congresso Nacional, com o intuito de acelerar a aprovação do Marco Legal do Transporte Público Coletivo Urbano e, também, do Sistema Único de Mobilidade Urbana (SUM), objeto de uma proposta de Emenda à Constituição (PEC 25/2023).

A NTU fez sugestões para tornar mais efetivo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), considerando também investimentos em infraestrutura, especialmente no caso de utilização de ônibus elétricos.


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