15 de agosto de 2024
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Goiânia deve ter pico de contaminação no início de maio, projeta SMS

Secretária Fátima Mrué pede que medidas restritivas sejam mantidas para atenuar expansão da Covid-19.
Secretária Fátima Mrué pede que medidas restritivas sejam mantidas para atenuar expansão da Covid-19.

Cidade mais atingida pelo novo coronavírus em Goiás, Goiânia tem 102 dos 179 casos confirmados pelo estado até esta quinta-feira (9). Nos últimos dias, há uma crescente constante de novos contágios, mas ainda o pico de contaminação na capital deve chegar ainda entre três ou quatro semanas, conforme a previsão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, a secretária Fátima Mrué diz que o pico se dará mais provavelmente na semana que marca o fim de abril e o início de maio. Para esse período, a cidade pode ter até 8 mil infectados. A maioria, no entanto, não precisará de hospitalização, prevê a pasta.

“Caso tenhamos um cenário de 0,5% da população de Goiânia adquirir a doença, teríamos cerca de 8 mil pacientes contaminados. Desses, mais de 70% têm um curso leve, domiciliar. Dos que precisam de internação, temos um número menor ainda que precisa de UTI”, ponderou Mrué.

Para amenizar a intensidade deste pico, a secretária pede que os goianienses não relaxem nas medidas de isolamento social. “Agora é o momento que os casos estão aumentando em Goiânia e não faz sentido relaxar as medidas nesse momento”, ponderou.

Segundo Mrué, a capital se preparou bem para enfrentar a epidemia de Covid-19 e espera passar pela crise sem colapso na rede de saúde. Goiânia dedica o Hospital do Servidor Público, o Hospital das Clínicas e a recém-inaugurada Maternidade Oeste aos pacientes acometidos pelo novo coronavírus. “estamos confortáveis, pois ampliamos o número de leitos”, avaliou. “Com essas medidas (restritivas), esperamos que a nossa capacidade de atendimento fique, inclusive, com certa folga”, completa a secretária.

Veja a entrevista na íntegra

Concentração de casos do estado de Goiás em Goiânia (102 de 179 – 57%)

O início da doença está relacionado com a busca do vírus em outros países. É natural que as primeiras concentrações estejam em locais com uma densidade populacional maior, nas capitais, que viajam muito. É o que estamos vivendo aqui também na nossa região. É um reflexo da origem da doença.

Capacidade do sistema de saúde para atender os doentes até o momento

Na rede pública, estamos confortáveis, pois ampliamos o número de leitos. Tínhamos uma rede insuficiente para a necessidade geral de tudo e já estamos ampliando essa rede habitual. Para o coronavírus, ampliamos mais ainda. Adquirimos leitos para o Hospital das Clínicas, que tem também uma unidade nova. O Hospital de Campanha também disponibilizou e a Maternidade Célia Câmara, que estava para ser inaugurada e foi destinada na sua plenitude para o atendimento. Lá temos capacidade para mais de 100 leitos de UTI. Montamos 30 leitos de UTI completos e já estamos com a disponibilidade deles para nossa rede. Além disso, restringimos as cirurgias eletivas para que os leitos de UTI e de enfermaria fiquem disponíveis e também o gasto com insumos e EPIs fiquem restritos para os atendimentos à epidemia.

Capacidade de atendimento da Maternidade Oeste

A Maternidade tem, ao todo, 186 leitos. Todos poderão ser ocupados para a epidemia, caso necessário. No momento, equipamos 30, com os materiais que já tínhamos previsão antes, e disponibilizamos todo o piso superior para esse acesso. Temos mais de 60 leitos para serem completados para esse atendimento. Para receber pacientes, hoje, temos 30 leitos de UTI montados e 10 leitos de enfermaria. Podemos ampliar para 60 com equipagem desses novos leitos. Estamos em processo de compra e aluguel de respiradores.

Pico da doença na cidade

Estamos fazendo esses gráficos desde o início da doença no país. A expectativa de maior pico para nós será no fim de abril, na primeira semana de maio. Caso tenhamos um cenário de 0,5% da população de Goiânia adquirir a doença, teríamos cerca de 8 mil pacientes contaminados. Desses, mais de 70% têm um curso leve, domiciliar. Dos que precisam de internação, temos um número menor ainda que precisa de UTI. A expectativa (do pico) é final de abril, início de maio, podendo se estender um pouco. As medidas restritivas são mais importantes ainda quando os casos estão começando a aumentar, pois retarda o aumento em conjunto. Se todos adquirirem a doença ao mesmo tempo, nossa capacidade de saúde fica saturada e não conseguimos dar o melhor tratamento. Com essas medidas, esperamos que a nossa capacidade de atendimento fique, inclusive, com certa folga.

Preocupação com relaxamento do isolamento social na cidade

Pedimos incansavelmente que a população atenda as recomendações dos serviços de saúde. Este não é o momento de relaxamento em Goiânia e sim de intensificar e prestar mais atenção. A doença está saindo da rede privada e começando a entrar na população de outras regiões de Goiânia. No início, tivemos pela rede privada, 78% dos casos. Há duas semanas não tínhamos quase nenhum caso na rede pública. A doença está caminhando e não é o momento de relaxar, e sim de intensificar para que tenhamos um aumento lento dos casos. Talvez não interfira muito no número total de casos, mas o que esperamos como efeito principal é que o aumento não seja de uma vez em todas as pessoas, de todas as regiões.

Recomendação para prosseguimento da quarentena

A Secretaria da Saúde de Goiânia recomenda fortemente que as pessoas mantenham as medidas restritivas. Agora é o momento que os casos estão aumentando em Goiânia e não faz sentido relaxar as medidas nesse momento. Pode ser que, nas próximas semanas, consigamos identificar epidemiologicamente a região em que a concentração é maior. Então faríamos uma intensificação das medidas nessa região, como um cordão sanitário, como o que foi feito na China. Mas para isso precisamos de informações epidemiológicas com a circulação do vírus. É o que estamos buscando agora com os exames.


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