22 de novembro de 2024
Cidades

Gestão de escolas por OS’s é debatida em audiência pública

Auditório Costa Lima lotado durante audiência (Foto: Samuel Straioto)
Auditório Costa Lima lotado durante audiência (Foto: Samuel Straioto)

A transferência da gestão de escolas da rede estadual de ensino para organizações sociais (OS’s) foi debatida em audiência pública realizada nesta terça-feira (8), na Assembleia Legislativa de Goiás. Participaram da audiência, deputados estaduais, sindicalistas, professores e integrantes do Fórum Estadual de Educação. A secretária de Educação, Raquel Teixeira, foi convidada, mas por motivos de agenda não compareceu.

Uma das preocupações da presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego), Bia de Lima é de que os diretores de escolas que foram eleitos para ocupar o cargo ficarão sem muitas funções.

“É o grande problema. A secretária tem dito que eles vão continuar a frente das escolas, mas eles vão administrar o que? Se a administração ficará a cargo das OS’s. Eles vão ser diretores que não terão autonomia em nada. Estão dizendo que vão cuidar da área pedagógica, para isso tem o coordenador pedagógico. Precisamos avançar neste debate e mobilizar. Vamos tentar impedir a entrega das escolas para o setor privado”, argumenta a presidente do Sintego.

O diretor da Faculdade de Educação da Unicamp, Doutor Luiz Carlos de Freitas, foi um dos palestrantes durante a audiência. Ele destacou a necessidade da valorização da escola pública e dos profissionais que atuam nela.

Luiz Freitas ressaltou que o importante seria o poder público dar as devidas condições para que os profissionais possam atuar. Para ele, o Estado precisa confiar no trabalho dos professores e não promover o que chamou de terceirização

“Melhorar a qualidade da Educação passa primeiríssimo lugar que os professores não fazem parte do problema, não são o problema, os professores são parte da solução. Sem confiar nos nossos professores nós não vamos melhorar a educação, não importa quantos atalhos queremos chegar. Os gastos com educação tem que ser mantidos e aumentados progressivamente e não terceirizados para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal. Só a escola pública de gestão pública garante a democracia, porque acolhe a todos de uma maneira obrigatória, provendo oportunidades para todos, se não consegue fazer isto plenamente falta os governos dar as devidas condições”, argumentou.

A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) foi procurada pelo Diário de Goiás. Foi informado que a secretária realmente havia sido convidada, mas que em nenhum momento foi confirmada a presença dela, devido a outros compromissos oficiais já assumidos.

Quanto aos diretores de escolas, a Seduce informou que eles serão responsáveis pela estão, atuando em conjunto com as Organizações Sociais.


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