12 de agosto de 2024
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Genro de Bin Laden é condenado à prisão perpétua em Nova York

DO O GLOBO NOVA YORK – Com agências internacionais – O genro de Osama bin Laden e ex-porta-voz da Al-Qaeda, Suleymane Abu Ghaith, foi condenado à prisão perpétua nesta terça-feira, por um tribunal de Nova York.O ex-imã de 48 anos, proveniente do Kuwait, defendeu os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos algumas horas depois do ocorrido, e já havia sido considerado culpado pelo júri, no dia 26 de março, por conspirar para matar americanos e por ajudar e fornecer apoio material aos terroristas.

 

Em uma gravação divulgada no dia 12 de setembro de 2001, Abu Ghaith aparecia sentado junto ao falecido Osama bin Laden e o atual líder da Al-Qaeda, Ayman al Zawahiri, justificando os atentados e prometendo outros ataques. Em outro vídeo, com data de outubro de 2001, Abu Ghaith fez diretamente as ameaças, prometendo que “uma chuva de aviões continuaria”.Antes de conhecer sua sentença no tribunal federal de Manhattan, Abu Ghaith declarou, em árabe, através de um intérprete, que se submetia apenas ao julgamento de Alá, citando em seguida trechos do Corão.

“Hoje, enquanto vocês algemam minhas mãos e têm a intenção de me enterrar vivo, estão libertando as mãos de centenas de muçulmanos que se unirão pelos homens livres”, declarou o genro de bin Laden após ouvir sua sentença.O juiz do caso, Lewis Kaplan, acrescentou, antes de anuncia sua condenação, que Abu Ghaith jamais manifestou arrependimento pelos atentados do 11/9.”O senhor continua ameaçando. O que fez requer pena máxima”, afirmou Kaplan.

Seus advogados pediram pena máxima de 15 anos de prisão, argumentando que seu cliente havia passado 11 anos preso no Irã antes deixar o Afeganistão, em 2002.A presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein, elogiou a sentença e disse que o caso provou que “aqueles que procuram prejudicar os americanos não podem se esconder e serão responsabilizados”.

– Essa sentença lembra o mundo de que os Estados Unidos continuarão capturando e punindo seus inimigos – acrescentou.Embora tenha admitido sua participação nos vídeos do pós -11 de Setembro, Abu Ghaith alega que nunca recrutou ninguém nem conspirou para matar americanos. Em vez disso, o acusado afirma que denunciava a “opressão” sofrida pelos muçulmanos.Abu Ghaith chegou ao Afeganistão em 2001 e foi responsável por motivar recrutamentos em campos de treinamento da Al-Qaeda.

Ele permaneceu no país e trabalhou como porta-voz do grupo até se mudar para o Irã em 2002. No ano seguinte, ele foi preso e se casou com a filha de bin Laden, Fatima bin Laden, em 2008, enquanto estava na prisão.Após passar mais de 10 anos na prisão, Abu Ghaith foi para a Turquia, onde, segundo seus advogados, foi novamente preso em 2013. Ele foi deportado para a Jordânia, preso e extraditado para os Estados Unidos.Abu Ghaith é o dirigente de mais alto escalão da Al-Qaeda já preso e julgado em território americano.

Khalid Sheikh Mohammed, suspeito de ser o mentor dos ataques, está sob custódia americana na prisão Guantánamo, junto com mais quatro suspeitos.Os cinco podem ser condenados à pena de morte.


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