A 12ª rodada da pesquisa Genial/Quaest, mostra um avanço do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na média dos três cenários pesquisados, Lula tem 47% das intenções de votos, 1 ponto percentual a mais do que em maio. O presidente Jair Bolsonaro, do PL, vem em segundo lugar. Ciro Gomes (PDT) tem 7%; André Janones (Avante), 2%; Simone Tebet (MDB), 1%; e Pablo Marçal (PROS), 1%.
Os demais candidatos (Vera Lúcia, Eymael, Sofia Manzano, Felipe d’Ávila, Luciano Bivar e general Santos Cruz) não pontuaram. Com esse resultado, Lula seria eleito presidente no primeiro turno.
A vantagem de Lula está relacionada à piora na percepção do eleitor sobre a economia. Para 56%, a economia “influencia muito” a escolha do voto. Outros 44% disseram que a economia é o maior problema do país. Entre os temas econômicos, pela primeira vez, a inflação foi o item mais citado, com 23%.
Seis de cada dez eleitores acham que a economia piorou nos últimos seis meses e 57% reclamaram de dificuldades para pagar as contas. Perguntados sobre quem é o maior responsável pela alta dos preços dos combustíveis, 28% dos eleitores responderam Bolsonaro e 16%, a Petrobras. Em um mês, a reprovação ao governo Bolsonaro subiu de 46% para 47% e é majoritária em todas as faixas de renda, gênero e idade.
“Dois dados são sintomáticos para explicar o sentimento do eleitor neste momento: 54% disseram que o governo Bolsonaro está pior do que esperavam e só 18% consideram que está melhor. Perguntamos ainda em que governo o eleitor acha que as pessoas conseguiam comprar mais com o seu salário e 62% responderam que foi em administrações Lula. Ou seja, do lado de Bolsonaro, há a percepção de desapontamento. Do lado de Lula, uma boa lembrança. Essa diferença explica o resultado”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest. No ranking de governos com maior poder de compra, depois de Lula com 62%, os eleitores citaram Bolsonaro com 10%, FHC com 5% e Dilma com 4%.
Nas indicações de primeiro turno, Lula vence nas regiões Nordeste (com 69%) e Sudeste (44%), as mais populosas. Há um empate técnico entre o candidato do PT e o do PL no Sul (38% x34% a favor de Lula) e no Norte (43% x 41% a favor de Bolsonaro). No Centro-Oeste, os números indicam 47% x 23% a favor de Bolsonaro. Seis em cada 10 eleitores disseram que conhecem e não pretendem votar em Bolsonaro, 52% não votariam em Ciro Gomes e 40% rejeitam Lula.
Lula tem suas maiores vantagens entre os eleitores que fizeram até o ensino fundamental, com 61%; e entre aqueles que recebem até dois salários mínimos (58%). Bolsonaro tem seus melhores resultados entre os eleitores com ensino superior completo (37% a 36% para Lula, empatado na margem de erro) e entre eleitores evangélicos (com vantagem de 46% a 34%).
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 2 e 5 de junho em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 estados. Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. É a mais longa série de sondagens feita presencialmente no país.
Metodologia
A Pesquisa Genial/Quaest trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública. Até novembro de 2022, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.
A partir das entrevistas domiciliares, é feita a decupagem, análise e estratificação dos dados por sexo, idade, escolaridade, renda e População Economicamente Ativa (PEA). A pesquisa também recebe tratamento estatístico de pós-estratificação para reduzir as chances de viés de seleção e de não-resposta. Trata-se do primeiro levantamento feito em âmbito nacional que combina coleta domiciliar com modelagem em pós-estratificação.
O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.
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