28 de agosto de 2024
Dinheiro Público

Gastos no cartão corporativo de Bolsonaro ultrapassam R$ 16 milhões em viagens e deputado goiano cobra investigação

Elias Vaz descobriu que equipe de segurança já recebeu mais de R$ 10 milhões em diárias, mas presidente culpa servidores pelo gasto
A ordem, segundo reportagem da veja, é evitar transparência sobre o assunto dos gastos presidenciais. (Foto: reprodução)
A ordem, segundo reportagem da veja, é evitar transparência sobre o assunto dos gastos presidenciais. (Foto: reprodução)

O deputado federal Elias Vaz (PSB) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal para que seja investigada a duplicidade de gastos do cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação vem no mesmo dia em que uma reportagem da Veja diz ter conseguido informações sobre os gastos do governo que somam dezenas de milhões de reais.

A matéria cita, entre outros pontos que, desde a posse de Bolsonaro até março de 2021, foram gastos R$ 2,6 milhões em alimentos para as residências oficiais de Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão, uma média de pouco mais de R$ 96 mil por mês. Além disso, o maior volume de gastos presidenciais sigilosos estão relacionados à viagens do presidente, do vice e de suas comitivas: R$ 16,5 milhões em ocasiões que Bolsonaro, usa, por exemplo, para fazer campanha eleitoral com antecedência.

Neste sentido, Elias identificou que há despesas informadas na fatura do cartão e contratos firmados pela União para os mesmos serviços. Auditoria do TCU revelada nesta sexta-feira (6), que divulgou os gastos citados na matéria da Veja, feita a pedido do deputado por um requerimento aprovado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, revela desde o início do governo Bolsonaro gastos cada vez mais altos com hospedagem, alimentação, mas também com a locomoção dos militares que fazem a segurança do presidente no cartão corporativo.

“Bolsonaro está dizendo que o cartão corporativo fica caro por causa da equipe de segurança dele. Mas é uma contradição porque detectamos cobranças de despesas de viagem de forma paralela no mesmo período. É uma verdadeira farra com dinheiro público e essa situação precisa ser apurada”, afirma o deputado.

Só entre janeiro de 2020 e maio de 2022, a segurança de Bolsonaro e do vice já receberam R$10.767.281,13 em diárias, segundo levantamento no Portal da Transparência. A locomoção também está garantida. O governo pagou entre janeiro de 2020 e maio deste ano mais de R$ 12 milhões à empresa Miranda Turismo e Representações Ltda para fornecimento de passagens.

“Se eles recebem a passagem porque o governo tem contrato pra isso, as diárias pra pagar alimentação e hospedagem, como é que os seguranças do Bolsonaro estão inflando o cartão corporativo? Essa situação é no mínimo muito estranha. Há sérios indícios de que o cartão vem sendo usado pra bancar viagens de lazer, caronas para parentes e amigos do Bolsonaro e alimentação de luxo. Enquanto isso, o povo, que paga impostos, sofre pra fazer o salário durar o mês. A sociedade merece uma satisfação”, destaca Elias Vaz.

O relatório do TCU também aponta que políticos, amigos e parentes até agregados pegaram uma carona no avião presidencial. Levantamento do deputado federal Elias Vaz mostra que eles foram alimentados muito bem durante as viagens. Só de janeiro a maio deste ano, o governo federal pagou R$527.059,65 com refeições dentro do avião.

O contrato 05/2017 com a International Meal Company Alimentação S.A. já custou R$1.803.975,89 de 2020 até o mês passado e prevê o fornecimento de refeições prontas (almoço, jantar e café da manhã), bebidas, lanches (salgados e sanduíches), petiscos (castanhas, barras de cereais e frios), frutas, doces e gelo.

O governo também mantém contrato com a Hot Cozinha Industrial LTDA para fornecer refeições aos funcionários e convidados do Palácio do Planalto. De maio de 2020 a maio deste ano, o valor foi de R$6.435.199. “Bolsonaro está torrando milhões com contratos de alimentação e na descrição da fatura do cartão corporativo informa mais gastos ainda com fornecimento de refeições”, ressalta Elias Vaz.


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