03 de dezembro de 2024
Força-tarefa • atualizado em 02/12/2024 às 19:44

Gabinete de Crise da Saúde criado por parceria entre SES e SMS reduz fila de espera por leitos em Goiânia

O gabinete, que já opera em 13 unidades de saúde da capital, fez lista de espera por leitos na enfermaria cair de 150 para 60 pacientes
Secretarias estadual e municipal de saúde concluem instalação de Gabinete de Crise em 13 unidades. Fotos: Reprodução
Secretarias estadual e municipal de saúde concluem instalação de Gabinete de Crise em 13 unidades. Fotos: Reprodução

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) concluiu, nesta segunda-feira (2), a instalação de 13 Gabinetes de Crise para acompanhar os atendimentos nas unidades de saúde municipais de Goiânia. A ação é resultado a parceria e operação conjunta com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que já conseguiu reduzir a fila de espera por leitos de internação na capital, que atualmente enfrenta uma crise na saúde.

O objetivo dos gabinetes é qualificar a gestão dos leitos de internação do Sistema Único de Saúde, principalmente de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além do gabinete do Cais Urias Magalhães, na sexta-feira (29), foram instaladas equipes nos Cais Chácara do Governador, Vila Nova, Parque Amendoeiras, Jardim Novo Mundo, Campinas, Finsocial, Cândida de Moraes, Bairro Goiá; Ciams Urias Magalhães e Novo Horizonte; UPAs Jardim América e Jardim Itaipu, totalizando 13 unidades.

De acordo com o subsecretário de Políticas e Ações em Saúde, Luciano de Moura Carvalho, a iniciativa já resultou na redução da fila de espera por leitos na capital. Segundo o subsecretário, a média de pacientes aguardando enfermaria, em Goiânia, caiu de 150 para 60 pacientes. “Houve momentos em que não houve paciente aguardando por UTI”, acrescentou Luciano de Moura.

Conforme a secretaria municipal de Saúde, Cynara Mathias, o gabinete de crise, em cada uma das unidades de urgência e emergência, “permite com que os técnicos das duas pastas, médicos responsáveis pela assistência médica (RTs) e gestores das unidades se debrucem sobre a realidade de cada local, identifiquem os problemas que precisam ser resolvidos e garantam a assistência de qualidade ao paciente”.

Luciano pontua que a força-tarefa em colaboração entre a saúde municipal e estadual atende uma demanda não somente de Goiânia, mas também de cidades da região Metropolitana. “Sabemos que o paciente do interior também acessa os leitos da capital, daí a importância dessa força-tarefa, dessa união de esforços entre SES e SMS de Goiânia, com participação também do Ministério Público, do Corpo de Bombeiros, para que se encontrem soluções rápidas, imediatas, para essa crise”, defendeu.

O subsecretário detalhou que, inicialmente, a prioridade é atender as demandas de modo que os pacientes não tenham que aguardar mais de um dia por um leito.“Nosso objetivo é não perder vidas, com acesso rápido aos leitos de UTI e de enfermaria. A meta é não ter pacientes aguardando por mais de 24h uma vaga de UTI ou de enfermaria nessas unidades”, afirmou.

Organização e mobilização

Os gabinetes de crise de agora são inspirados nos Gabinetes de Crise contra a Dengue, instalados em 200 municípios, no início de 2024. A SES-GO criou estrutura semelhante para gerar dados necessários à eficiente gestão do acesso aos leitos de internação. Isso é feito por meio de painel com dados das unidades municipais.

Os painéis são atualizados com o número de pacientes atendidos e aguardando enfermaria e UTI, escala médica e enfermagem, número de altas e óbitos, recursos humanos, entre outros. Tais dados sãos repassados ao nível central, para tomada de decisões rápidas e descentralizadas.

A Secretaria Estadual da Saúde atua também na abertura de outros 40 novos leitos de UTI. A mobilização garantiu à Goiânia 20 leitos já disponibilizados pelo Hospital Ruy Azeredo, o Hospital das Clínicas (HC) contribuiu com seis vagas, e espera abrir mais quatro, enquanto a Santa Casa de Misericórdia disponibilizará outros dez leitos.

Além da falta de leitos, a Saúde da capital enfrenta a falta de medicamentos, de insumos e déficit de profissionais. No último domingo (1º), o gabinete de crise, com respaldo do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e da Procuradoria Geral do Município (PGM), conseguiu fazer uma compra emergencial de medicações.

Outras iniciativas

A secretária de Saúde de Goiânia, pontua que nesta segunda (2), medicamentos injetáveis que estavam em falta começaram a chegar. “Também estamos fazendo outras duas compras emergenciais, com processos que tramitam em no máximo 30 dias, para aquisição de medicamentos e insumos para todas as unidades”, destacou Cynara Mathias.

A SMS esclarece que a diferença entre a compra emergencial verbal e a compra emergencial regular reside no prazo para a aquisição dos produtos. A primeira é realizada de forma imediata, os medicamentos e insumos chegam ainda esta semana, enquanto o processo da segunda transcorre em aproximadamente 30 dias, fato indispensável diante da situação de crise em Goiânia.


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