O corpo do ex-presidente da África do Sul e Nobel da Paz Nelson Mandela, morto nesta quinta-feira (5), aos 95 anos, em Johannesburgo, será enterrado na aldeia de Qunu, em Eastern Cape, onde o líder cresceu e também estão enterrados os restos mortais de familiares, incluindo três filhos.
A decisão da filha atende a um pedido feito, em vida, pelo próprio Mandela.
Nas primeiras horas desta sexta-feira (6), o corpo de Mandela foi transferido da casa do líder, em Johannesburgo, para um hospital militar em Pretória, segundo a emissora pública SABC. O caixão estava coberto com uma bandeira da África do Sul.
Simpatizantes do ex-presidente fizeram vigília nos arredores de sua casa, onde cantaram canções tribais e o hino nacional, muitos usando trajes tradicionais das etnias zulu e xhosa.
Por ordem da Presidência da África do Sul, todas as bandeiras nacionais foram reduzidas a meio mastro a partir de hoje. O país declarou luto oficial de dez dias.
O funeral de Nelson Mandela deve durar entre dez e 12 dias e seu corpo vai ser velado em Pretória por três dias, em um caixão com tampa de vidro.
Já o funeral de estado deve acontecer no Union Buildings, residência oficial e sede do gabinete da Presidência do país, local onde ele tomou posse após vencer as primeiras eleições democráticas depois do fim do apartheid. A cerimônia contará com a presença de líderes do mundo inteiro. Segundo o canal ABC News, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, muito provavelmente irá ao evento.
De acordo com o The Guardian, após o ritual com os chefes de Estado, o corpo de Madiba será transferido em um avião militar para Qunu, seu vilarejo natal, localizado na província de Cabo Oriental, onde será enterrado.
O anúncio da morte de Mandela foi feito na noite de ontem por Jacob Zuma, em um emocionado discurso televisivo. Segundo ele, o ex-presidente faleceu “serenamente em sua casa em Johanesburgo”.
“Quero recordar, com simples palavras, a sua humildade e a sua grande humanidade pela qual o mundo inteiro terá imensa gratidão para sempre”, disse o mandatário.
Ainda segundo o Guardian, o evento é comparado ao funeral do papa João Paulo II em 2005, e pode começar ainda hoje, com a transferência do corpo a um mortuário, com escolta da polícia e uma possível transmissão ao vivo na televisão.
A partir de amanhã, serão abertos “livros de condolências” em todas as representações diplomáticas do país no exterior, enquanto no quarto dia após a morte, iniciarão as visitas de “dignatários” à família de Madiba.
No sexto, será realizada uma cerimônia comandada pelo atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, na presença de líderes de várias organizações, que será acompanhada por telões nas principais cidades do país, incluindo o bairro Soweto, em Johanesburgo. (As informações são do portal Uol)
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