O governo da França apresentou nesta quarta-feira (7) uma nova força-tarefa para coordenar a resposta das agências de segurança a ataques terroristas, um dia depois de um homem agredir um policial com um martelo próximo à catedral Notre Dame, em Paris.
O “centro nacional de contraterrorismo” será composto por cerca de 20 pessoas e trabalhará 24 horas por dia no palácio do Eliseu, sede da Presidência, para supervisionar todos os esforços para evitar ataques. A equipe será subordinada diretamente à autoridade do presidente Emmanuel Macron.
O grupo será liderado por Pierre de Bousquet de Florian, ex-chefe de uma das agências de contraespionagem francesas.
A criação da força-tarefa era uma promessa de campanha de Macron, acusado por adversários na disputa eleitoral de ter uma estratégia fraca em relação ao terrorismo -a candidata da direita ultranacionalista Marine Le Pen, derrotada no segundo turno em 7 de maio, propunha o fechamento das fronteiras e a expulsão de imigrantes para prevenir ataques.
A eficácia dos serviços de inteligência da França passou a ser questionada após uma série de atentados no país, como os ataques de novembro de 2015 que deixaram 130 mortos em Paris e o atropelamento contra uma multidão em Nice em julho de 2016, que deixou 86 mortos.
A França está em estado de emergência devido às ameaças de terrorismo desde novembro de 2015. Macron deve solicitar ao Parlamento a extensão da medida, que dá mais poderes à polícia, até novembro.
Notre-dame
Fontes próximas à investigação sobre ao ataque de terça-feira (6) na catedral de Notre Dame identificaram o agressor como Farid Ikken, 40, argelino, ex-jornalista e doutorando em uma universidade na cidade de Metz, no leste da França.
Após gritar “isto é pela Síria” e agredir levemente um policial com um martelo, o suspeito foi baleado e levado ao hospital. Segundo as fontes, foi encontrado no apartamento de Ikken, em Cergy-Pontoise, no noroeste de Paris, um vídeo em que ele jura fidelidade à organização terrorista Estado Islâmico.
Familiares e conhecidos de Ikken disseram que ele não demonstrava sinais de radicalização e que ficaram surpresos ao saber que ele era responsável pelo ataque. (Folhapress)
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