23 de dezembro de 2024
Visibilidade trans • atualizado em 29/01/2023 às 09:30

Fórum Transexuais de Goiás lança cartilha de diretrizes para a saúde sexual das trans

A cartilha serve como um guia de proteção contra ISTs, além da informação
Fórum Transexuais de Goiás lança cartilha sobre saúde sexual das trans. (Foto: Reprodução / Facebook)
Fórum Transexuais de Goiás lança cartilha sobre saúde sexual das trans. (Foto: Reprodução / Facebook)

Neste domingo (29) é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data visa promover direitos e combater preconceitos contra pessoas transexuais. A saúde sexual da população trans também entra em discussão, e pensando nisso o Fórum Transexuais de Goiás lança nesta segunda-feira (30), às 17h no Shopping Passeio das Águas, uma cartilha com informações e orientações sobre quais as ISTs mais comuns e como se prevenir.

Ao Diário de Goiás, Beth Fernandes, uma das organizadoras do evento, explica que o intuito da cartilha é levar informações, principalmente sobre a transmissão do HIV em população mais vulnerável. ”A ideia é fazer com que a pessoa tenha consciência do sexo seguro e da melhor forma que ela possa manter uma vida sexual saudável”, comenta.

Beth explica que a cartilha também serve como uma ‘porta’ para o processo transexualizador, ou seja, para quem deseja fazer a cirurgia de troca de sexo. Assim levando discussão de como a população trans pode manter uma vida sexual ativa.

”Temos que pensar na cartilha como um guia de proteção, não só como informação. Temos que pensar no processo educativo da cartilha”, destaca Beth. A cartilha chama atenção de como se prevenir do HIV e como não transmitir a doença para outras pessoas. De acordo com Beth foi dentro deste contexto que a cartilha foi criada, pensando no processo educativo onde a população tenha noção que ela pode usar as metodologias PrEP, ou seja, profilaxia contra o HIV antes da exposição e a PEP, a profilaxia após a exposição ao risco de ter HIV ou outras ISTs, para que assim ela não venha ser uma pessoa contaminada.

De acordo com Beth nos últimos quatro anos, a área da Saúde no Brasil não promoveu campanhas educativas sobre ISTs. ”Nós vivemos uma pandemia, as pessoas ficaram on-line e não tiveram acesso à campanhas de prevenção especificamente ao HIV. Tivemos uma ”fumaça” nestes últimos quatro anos que impediu a discussão sobre a sífilis, hepatites virais e todas ISTs, não houve sequer uma discussão sobre essas condições”, afirma.

Em 2021, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 milhão de pessoas em todo mundo adquiriram o vírus HIV, e outras mais de 600 morreram por conta da doença. Para Beth essa situação é preocupante. ”Fizeram a contagem de morte pela Covid-19, mas a gente perdeu a contagem de mortes das pessoas para o HIV”, comenta. ”Voltar essa discussão no dia da visibilidade trans é falar de vidas”, completa.


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