A Secretaria de Estado da Saúde (SES), a nova cúpula da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a equipe de transição do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (UB), estão participando de um gabinete de crise para acompanhar, diariamente, a situação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Goiânia e mapear o caos que se instalou no sistema.
Mabel também conseguiu, em Brasília, R$ 70 milhões do governo federal por gestão do senador Jorge Kajuru (PSB). A matriz dos problemas está na falta de pagamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde, objeto de investigação do Ministério Público que estima dívida de R$ 300 milhões, e motivo até de prisões esta semana.
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O secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, participou da primeira reunião do gabinete de crise na quarta-feira (27) e comentou o cenário que levou à formação do grupo, que foi sugerido pelo governador Ronaldo Caiado (UB). “Houve redução do número de leitos que resultou em uma desproporção entre a demanda por internações e a capacidade de atendimentos nos hospitais da capital”, disse.
Para o secretário, a criação do gabinete, neste momento, é a única forma de oferecer a população de Goiânia uma resposta eficiente, com gestão contínua dos recursos e atendimento às necessidades dos pacientes.
Mapeamento está sendo feito para criação de sistema de controle
O gabinete de crise está preparando um levantamento detalhado das condições das unidades de urgência e emergência do município. Esses dados subsidiarão o desenvolvimento de um sistema, pela equipe técnica da SES, que permitirá a atualização em tempo real das informações, acessíveis à sociedade e aos veículos de comunicação.
“A nova secretária municipal de Saúde, Cynara Costa, já iniciou o levantamento e participará do gabinete. Com base nas informações trazidas pelo município, começaremos a implementar as medidas necessárias”, afirmou o secretário-adjunto da SES, Sérgio Vencio.
Ele destacou que a coordenação do Gabinete será compartilhada entre a Saúde Estadual, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel.
O levantamento busca traçar um panorama das unidades de saúde municipais. O objetivo do trabalho é garantir que os pacientes recebam assistência adequada desde o primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS), prevenindo a evolução para quadros mais graves que exijam internação em UTI, o que sobrecarrega ainda mais a rede de saúde municipal. Além disso, a SES buscará apoio do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que a Prefeitura de Goiânia regularize os pagamentos pendentes a fornecedores e prestadores de serviços.
Gabinete de crise prepara painel observatório
Com os dados coletados, a SES desenvolverá um painel observatório, semelhante ao utilizado durante a crise da dengue, para monitorar as solicitações e ocupação de leitos de UTI em Goiânia e em todo o estado. O painel será desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia, Inovação e Saúde Digital da SES, responsável também por outros sistemas de monitoramento, como os painéis de arbovirose, Covid-19 e transparência da Regulação Estadual.
O sistema será atualizado em tempo real e dividido nos seguintes blocos de informações.
- Bloco das Entradas, Atenção Secundária e Urgência/Emergência – o município de Goiânia fornecerá, duas vezes ao dia, dados sobre recursos humanos (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem), número de pacientes atendidos, e ocupação dos diferentes tipos de leitos (observação, enfermaria pediátrica e adulta, e salas vermelhas).
- Bloco de medicamentos – o município de Goiânia fornecerá, duas vezes ao dia, informações sobre o estoque de insumos e medicamentos. A falta de produtos imprescindíveis será suprida pela SES a título de empréstimo à SMS, conforme divulgado em entrevistas.
- Bloco de Regulação/Hospitalar – serão reunidas informações da Central de Regulação Municipal, que incluirão solicitações e autorizações de internações dentro da rede municipal. O Complexo Regulador Estadual (CRE) acompanhará os pedidos de internação em UTIs vindos de Goiânia e de todo o estado, detalhando a evolução por diagnóstico (CID) e especialidade, bem como as autorizações de internações/transferência e destino dos pacientes nas unidades sob gestão estadual.
- Bloco de Dados Hospitalares – incluirá informações sobre ocupação de leitos da rede municipal e estadual, oferta de vagas, tempo médio de permanência em UTIs e previsão de alta dos pacientes.
- Bloco de Transporte – haverá dados sobre a quantidade de ambulâncias disponíveis, atendimentos realizados e outros indicadores relacionados ao transporte sanitário serão incluídos.
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