19 de novembro de 2024
Destaque 2 • atualizado em 12/01/2021 às 10:06

Ford fecha fábricas no Brasil e manterá produção na Argentina e no Uruguai

Ford encerra produção no Brasil (Foto: Divulgação)
Ford encerra produção no Brasil (Foto: Divulgação)

A montadora Ford anunciou hoje (11/01) que fechará suas fábricas no Brasil. Serão fechadas as plantas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP). Será mantida apenas por alguns meses a produção de peças para suprir o estoque de pós-venda. A fábrica da Troller, em Horizonte (CE), será fechada no último trimestre de 2021. São mais de 5 mil postos de trabalho encerrados no Brasil.

O mercado nacional será abastecido com veículos produzidos, principalmente, na Argentina e no Uruguai, países cujas operações da empresa não serão afetadas. A montadora encerrará as vendas dos modelos EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques.

A empresa manterá apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia; o Campo de Provas, em Tatuí (SP); e sua sede regional em São Paulo.

A justificativa é a crise gerada pela pandemia que atinge o mundo desde o início de 2020. Segundo a Ford, a pandemia da covid-19 “amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.

Sobre as demissões, a companhia disse que trabalhará “com os sindicatos, nossos funcionários e outros parceiros para desenvolver medidas que ajudem a enfrentar o difícil impacto desse anúncio”. Estima-se 5 mil empregos perdidos, fora o efeito cascata em fornecedores de um segmento bem afunilado.

A saída da Ford cria uma tensão sobre o mercado de trabalho brasileiro e abre o sinal de alerta para novas saídas de grandes empresas e indústrias e também reabre o debate em torno dos incentivos fiscais. A Ford se beneficiou de vários deles, inclusive, do último, mantido em 2018 pelo então presidente Michel Temer (MDB-SP) que abarcava um valor total de 1,5 billhão de reais ano. Desde 1999, foram R$ 20 bilhões de reais, de acordo com estimativas da Receita Federal.


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